Foi o melhor resultado das portuguesas em competição nesta sexta-feira.
Corpo do artigo
Lecabela Quaresma conseguiu esta sexta-feira em Birmingham o melhor resultado das portuguesas que estiveram em competição no Mundial de atletismo de pista coberta, ao ser oitava classificada na final do pentatlo, com nova melhor marca lusa da época.
O bom resultado de Lecabela acabou por salvar a jornada da delegação portuguesa, depois de Lorène Bazolo ser 34.ª nos 60 metros e Cátia Azevedo a 29.ª nos 400 metros, ficando ambas pela primeira eliminatória.
Quanto a Lecabela, esteve sempre regular, com a sua posição a variar entre o oitavo e o 10.º, totalizando 4424 pontos, no que é o terceiro melhor pentatlo da sua carreira. Aproximou-se muito do que conseguiu no ano passado, quando foi sétima no Europeu de Belgrado, com 4444 pontos.
O seu recorde pessoal, que tem um ano, é de 4473 pontos e coloca-a como a segunda melhor portuguesa de sempre, somente atrás de Naide Gomes, a recordista nacional com 4759 pontos há já 14 anos. As duas atletas partilham o facto de terem nascido em São Tomé e se terem naturalizado portuguesas, já como seniores.
As marcas de Lecabela ao longo das cinco provas foram: 8,51 segundos nos 60 metros barreiras, 1,76 metros (salto em altura), 14,02 metros (lançamento do peso), 6,01 metros (salto em comprimento) e 2m19s85 nos 800 metros.
No pentatlo, a aposta de Katarina Johnson-Thompson, da Grã-Bretanha, foi totalmente conseguida, uma vez que a campeã olímpica e mundial do heptatlo, a belga belga Nafissatou Thiam, não esteve presente.
Outra ausência de vulto era a da canadiana Briana Theise Eaton, campeã há dois anos e que se retirou da modalidade, deixando o título sem defesa.
Já com títulos a nível continental e em escalões jovens, ainda faltava a Katarina Johnson-Thompson um grande título mundial, que acaba por conseguir em casa, num recinto que bem conhece.
Sexta nas barreiras, instalou-se no comando no salto em altura e fechou as cinco provas claramente em primeiro, com 4750 pontos.
A austríaca Ivona Dadic conseguiu a medalha de prata, com 4700 pontos, e o bronze ficou para a cubana Yorgelis Rodríguez, com um recorde nacional a 4367 pontos. A maior desilusão acabou por ser a norte-americana Erica Bougard, líder do ano, que apenas conseguiu o quinto posto.
Nos 60 metros, era forte a possibilidade de recorde nacional para Lorène Bazolo, que esta época já correu a 7s27, a dois centésimos de Lucrécia Jardim.
Para isso acontecer, como de resto era a aposta da atleta, seria importante a passagem às meias-finais (24 atletas), só que não conseguiu melhor que um 34.º posto global, com 7s39. Sexta na sua série, não passou por posição nem por repescagem de tempos.
Alguma desilusão também se registou com a corrida de Cátia Azevedo nos 400 metros, por ficar distante do recentíssimo recorde pessoal (53s13, há duas semanas).
Completou as duas voltas à pista em 54s17, para ser sexta na série e uma das últimas no conjunto, com o 29.º registo.
O novo campeão do salto em comprimento é o cubano Juan Miguel Echevarría, desde esta sexta-feira o líder de 2018 com 8,46 metros. A dois centímetros, o sul-africano Luvo Mannyonga, com novo recorde de África, e a quatro o norte-americano Marquis Dendy.
Com 19 anos apenas (só faz 20 em agosto), Echevarría é o mais jovem campeão mundial indoor de sempre e atesta a incrível continuidade da escola cubana de saltos, mesmo perdendo vários valores para outras seleções, por naturalização.
No peso feminino também há uma melhor marca mundial do ano, para a húngara Anita Martón, que assim junta o título ao de campeã europeia, conseguido no ano passado. Seguiram-se no pódio a jamaicana Danniel Thomas-Dodd - primeira medalha de sempre para o país em concursos de pista coberta - e a chinesa Li Jao Gong, a campeã mundial ao ar livre em Londres'2017.
A fechar o programa, correu-se os 60 metros femininos, que acabou numa dobradinha para a Costa do Marfim, com Murielle Ahouré e Marie Josée Ta Lou a superarem as tradicionais atletas da Jamaica e dos Estados Unidos.
Completou o pódio a suíça Mujinga Kambundji e a jamaicana Elaine Thompson, dupla campeã olímpica no Rio'2016, foi quarta.
Murielle Ahouré, já de 31 anos, surpreendeu sobretudo pelo registo conseguido, que a torna a sexta mulher mais rápida de sempre.
Após dois dias de provas, a Costa do Marfim é a inesperada líder no quadro de medalhas. Seguem-se Cuba e Grã-Bretanha.
Os russos foram, no entanto, os que mais arrecadaram até agora, com as duas vitórias no salto em altura, mas com os atletas a competir a título individual.
No quadro de pontos, Portugal já aparece, no 26.º lugar, com um ponto. Na frente estão os Estados Unidos, com 35 pontos, mesmo sem qualquer triunfo, seguidos por Grã-Bretanha, com 19, e China, com 18.