Mundiais de atletismo: Rui Coelho 39.º nos 35 quilómetros marcha, João Vieira desiste
Rui Coelho foi o penúltimo a concluir a prova, em 2:44.55 horas.
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O português Rui Coelho terminou no 39.º lugar os 35 quilómetros marcha dos Mundiais de atletismo, em Eugene, nos Estados Unidos, nos quais João Vieira desistiu, aos 17.
Rui Coelho foi o penúltimo a concluir a prova, em 2:44.55 horas, o seu melhor tempo do ano, entre os 40 que cumpriram totalmente a distância e os 50 que a iniciaram, naquela que foi a última disciplina de Eugene'2022 com a presença de portugueses.
O italiano Massimo Stano, medalha de ouro em Tóquio'2020 nos 20 quilómetros, tornou-se no primeiro campeão do mundo masculino dos 35, em 2:23.14 horas, menos um segundo do que o japonês Masatora Kawano, sexto nos 50 nos Jogos Olímpicos, atrás de Vieira, enquanto o sueco Perseus Karlstrom juntou o bronze de hoje ao dos 20, a 30 segundos.
Nas imediações do estádio de futebol americano Autzen, Rui Coelho melhorou em dois segundos o melhor registo de 2022, falhando praticamente mais nove minutos do que o seu recorde pessoal (2:36.00), fixado no ano passado.
"Vim para fazer recorde pessoal, era essa a ambição. Nunca me senti confortável, mas não desisti desse objetivo e mantive-me o máximo que pude na luta pela marca de apuramento direto para os campeonatos da Europa. Senti algumas dores abdominais, tive de abrandar e só aos 30, 32 quilómetros consegui reagir, terminar forte e ter um parcial que não foi muito mau", explicou.
Para o marchador do Benfica, de 27 anos, a marca final da sua estreia em campeonatos do mundo foi prejudicada pelo abrandamento a meio. "Os 10 quilómetros dos 20 aos 30 prejudicaram claramente a marca final. A época foi boa, tenho de tirar frutos disso e continuar na luta, porque algum dia vai correr como nós queremos. É preciso é insistir, que foi o que tenho feito nos últimos 15 anos", salientou Rui Coelho, que começou a sua avaliação da prova ao apresentar as condolências à família de um militar da GNR que morreu esta semana.
Igualmente "castigado" por dores, mas nos gémeos, João Vieira, de 46 anos, acabou por abandonar a prova praticamente a meio, devido a problemas físicos. "Nunca nenhum atleta quer terminar um Mundial desta forma, mas eu senti muitas dores, mais ou menos a meio da prova, e eram dores insuportáveis. Eu já estava em sofrimento e preferi encostar, foi a melhor opção, porque daqui a três semanas temos o Europeu. Vamos continuar a preparar o Europeu", referiu o agora segundo atleta com mais participações em campeonatos do mundo, com 12, menos uma do que o recordista, o espanhol Jesus Bragado, também marchador.
João Vieira seguia no 27.º posto, a praticamente quatro minutos do líder, aos 17 quilómetros, quando abandonou a prova, reconhecendo que esta nova distância tem um ritmo mais elevado do que os praticados na extinta de 50. "O ritmo dos 35 é mais dos 20 quilómetros, do que dos antigos 50, acho que favorece os atletas que corriam a distância mais curta. Hoje, deu para ver isso. Temos de ir à luta, mas é mais difícil andar nos ritmos elevados da frente. Eu hoje pus um ritmo de 4.15 minutos por quilómetro e os outros foram embora", explicou.
O marchador do Sporting chegou aos 18.ºs campeonatos do mundo com o estatuto de vice-campeão dos 50 quilómetros, procurando melhorar o seu recorde nacional dos 35, de 2:33.23 horas, estabelecido já em abril, depois de ter sido operado à anca após ter sido quinto classificado nos Jogos Olímpicos Tóquio'2020.
Além do segundo lugar absoluto em participações em Mundiais, João Vieira isolou-se no "ranking" nacional, superando a conterrânea Susana Feitor, que conta 11, tendo como melhores resultados, além da prata em Doha'2019, o bronze, nos 20 quilómetros marcha, em Moscovo'2013, após a desclassificação de Alexander Ivanov, por doping.
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