Mundiais de atletismo: o dia do recorde de João Vieira e do apuramento de Agate de Sousa
João Vieira, que já era o mais velho medalhado em Mundiais, com a prata conquistada em Doha'2019, nos 50 quilómetros marcha, isolou-se este sábado no topo dos atletas com mais participações
Corpo do artigo
A jornada inaugural da 20.ª edição dos Campeonatos do Mundo de atletismo, na sua segunda realização em Tóquio, ficou marcada pelo recorde mundial do marchador João Vieira, que somou a sua 14.ª presença seguida.
João Vieira, que já era o mais velho medalhado em Mundiais, com a prata conquistada em Doha'2019, nos 50 quilómetros marcha, isolou-se este sábado no topo dos atletas com mais participações, destacando-se do espanhol e também marchador espanhol Jesús Ángel García.
O veterano atleta do Sporting, aos 49 anos, cumpriu a maior distância da marcha, os 35 quilómetros, em 2:38.20 horas, no 20.º lugar, entre os 34 que terminaram a prova, que retomou a tradição de começar e terminar na pista do estádio que recebe os Mundiais.
O também bronze nos 20 quilómetros em Moscovo'2013 afastou o cenário de fim da carreira, prometendo lutar pelos próximos desafios, eventualmente outro registo histórico na posse de Jesús Ángel García, o de mais velho participante de sempre.
A estreante Joana Pontes também disputou a prova inaugural, concluindo-a com um recorde pessoal, de 3:09.07 horas, meia hora a mais do que a vencedora, a espanhola Maria Pérez (2:39.01), que revalidou o título, depois da ‘dobradinha’ nos 20 e 35 em Budapeste'2023.
A jornada da que era a maior delegação lusa de sempre, agora reduzida a 31, com a ausência por lesão da maratonista Carla Salomé Rocha, foi abrilhantada pelo apuramento para a final do salto em comprimento de Agate Sousa, com os 6,81 metros que valeram a qualificação direta, ao terceiro ensaio.
A medalha de bronze nos Europeus Roma'2024 contrariou os problemas físicos que tem sentido para segurar uma das 12 vagas na final, marcada para domingo, com a terceira melhor marca desta fase eliminatória.
Salomé Afonso, vice-campeã nos 1.500 metros dos Europeus indoor Apeldoorn'2025, e bronze nos 3.000, cumpriu a formalidade de avançar para as semifinais na distância mais curta, com o terceiro lugar na sua série – apuravam seis.
Tsanko Arnaudov, no lançamento do peso, e Liliana Cá e Irina Rodrigues, no lançamento do disco, não foram além da qualificação, enquanto Etson Barros, nos 3.000 metros obstáculos, quedou-se pelas eliminatórias, numa série acidentada, com várias quedas, que acabaram por não afetar o algarvio.
Lorène Bazolo também não passou a qualificação dos 100 metros, ao concluir a distância com o 32.º registo, em 11,34 segundos, longe dos 11,10 que tem como recorde nacional, estabelecido em 2021 e igualado já este ano.
A atleta lusa, olímpica por Portugal no Rio'2016, Tóquio'2020 e Paris'2024, vai ainda correr os 200 metros, distância em que também é recordista nacional, com 22,61 segundos, marcados já em 2025.