Mundiais de atletismo: Katzberg foi rei do martelo, Kipyegon impera nos 1500 metros
O canadiano Ethan Katzberg bateu esta terça-feira o recorde dos Mundiais de atletismo no lançamento do martelo, para vencer a final em Tóquio'2025, revalidando o título mundial, assim como a queniana Faith Kipyegon nos 1500 metros
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Aos 23 anos, Katzberg chegou como campeão olímpico e do mundo e revalidou o domínio com um concurso de grande nível, repleto de ensaios acima de toda a concorrência, com destaque para os 84,70 metros que logrou, melhor de sempre em Mundiais e o mais longe que alguém arremessou aquele engenho desde 2005.
No Estádio Nacional, o canadiano bateu facilmente o alemão Merlin Hummel, segundo com 82,77, e o vice-campeão olímpico, o húngaro Bence Halazs, que, com 82,69, repetiu o terceiro lugar que havia conseguido em Budapeste'2023.
Nos 1.500 metros em que Salomé Afonso, 12.ª, foi a única portuguesa em ação neste quarto dia, a queniana Faith Kipyegon escreveu novo capítulo na história de domínio do meio fundo, ao conquistar o seu quarto título mundial desta distância.
Com 3.52,15 minutos de marca, a tricampeã olímpica nesta distância, recordista mundial e ainda vice nos 5.000 liderou do início ao fim e alheou-se da acérrima luta pelo pódio que se desenrolou atrás dela.
Acabou por vencer essa disputa a sua compatriota Dorcus Ewoi, estampando a dobradinha queniana com 3.54,92, à frente da vice olímpica Jessica Hull, da Austrália, que bateu por pouco outra atleta do Quénia, Nelly Chepchirchir.
Aos 31 anos, Kipyegon soma já cinco títulos mundiais, contando um outro nos 5.000, três olímpicos e cinco recordes do mundo batidos, três vezes nos 1.500, uma na milha, e outro nos 5.000 que entretanto perdeu, afirmando-se como uma das grandes figuras mundiais do desporto.
Outra estrela que vincou a sua autoridade no evento foi a norte-americana Sydney McLaughlin-Levrone, apurando-se nas meias-finais com a melhor marca mundial do ano, 48,29 segundos, um feito igualado nas "meias" masculinas, por Busang Kebinathispi, do Botsuana, com 43,61.
A venezuelana Yulimar Rojas voltou à competição mais de um ano depois e apurou-se com 14,49 metros para a final do triplo salto, mostrando por que é a recordista mundial, com 15,74, enquanto o queniano Emmanuel Wanyonyi, campeão olímpico, avançou para as meias dos 800 metros.
Nos 110 metros barreiras, quase tão grande notícia como a vitória do norte-americano Cordel Tinch, grande sensação da prova em 2025, foi a eliminação, nas meias-finais, do grande dominador da distância, Grant Holloway.
Bicampeão mundial em título e segundo mais rápido de sempre, já tinha tido que ser repescado, na segunda-feira, e hoje nem das meias-finais passou, falhando uma final que coroou novo rei.
Tinch, de 25 anos, somou o primeiro ouro mundial da carreira ao ser o único abaixo dos 13 segundos, com 12,99 de marca, batendo dois jamaicanos, Orlando Bennett, segundo com 13,08, e Tyler Mason, terceiro com 13,12.
A última final de um dia na capital japonesa que não contou com sessão matinal, como acontecerá de novo na quarta-feira, foi a do salto em altura, em que o campeão olímpico evitou surpresas.
Hamish Kerr, da Nova Zelândia, passou os 2,36 metros à primeira tentativa e bateu o sul-coreano Woo Sang-hyeok, segundo com 2,34, e o checo Jan Stefela, com 2,31, numa final que fez vibrar as dezenas de milhares de espetadores.
Aos 2,31 metros, quatro saltadores falharam os dois primeiros ensaios, mas os dois homens mais fortes, na ausência de Mutaz Barshim e com o italiano Gianmarco Tamberi eliminado na qualificação, acabaram por passar os 2,34, sem que Woo conseguisse os dois centímetros adicionais.