"Muitos voltaram a acompanhar o andebol em Portugal por conta do nosso feito na Champions"
ENTREVISTA, PARTE II - Edy Silva falou sobre a campanha do Sporting na Liga dos Campeões passada, em que ficou à porta da final-four. Com Salvador Salvador como capitão, o pivô brasileiro é o sub-capitão.
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Na Liga dos Campeões, a final-four é um objetivo? "Sentimos muito não ter conseguido entrar no ano passado, mas não tivemos aquele gosto de que poderíamos ter dado mais, porque todos fizemos tudo o que podíamos, deixamos tudo em cada jogada, em cada jogo. A Liga dos Campeões foi uma prova real de que podemos jogar contra os grandes do mundo e disputar esses jogos com eles, seja em casa, seja fora, e falo dos clubes e dos atletas. No ano passado acho que foi uma surpresa, seríamos considerados aqueles que iam correr por fora, mas, do nada, parecíamos veteranos e habituados a jogar aquela competição. Conquistamos respeito de muitos e a visibilidade em Portugal. Muitas pessoas voltaram a acompanhar o andebol em Portugal por conta do nosso feito na Champions e agora, neste segundo ano, vai ser muito difícil, é a maior competição do mundo, mas também já sabemos o caminho. Tudo é nos detalhes e o esforço tem de ser máximo. Queremos entrar na final-flour e acreditamos nisso."
Como encara o facto de ser capitão? "Muito feliz, lisonjeado com o cargo que consegui conquistar, a confiança que todos têm em mim ajuda muito, sempre gostei desse papel, mas do papel de ajudar, não é comandar. Eu tive propostas do Sporting antes, mas ainda tinha sonhos no Brasil. Vim com contrato de um ano, ninguém me conhecia e já havia nórdicos na posição de pivô e eu, que vinha de um campeonato teoricamente mais fraco, percebi o que tinha de trabalhar e em poucos meses recebi a proposta para renovar por mais quatro anos, tal como o Salvador, o Martim e o Kiko, o que foi uma motivação incrível para mim. Depois, o Ricardo foi-me dando a possibilidade de corrigir e eu fui assumindo com naturalidade essa posição de capitão, ver algumas lacunas na equipa que podiam ser melhoradas, ganhei moral de voz, de respeito e sempre de elevar a vontade do grupo. É uma responsabilidade muito grande e sinto-me honrado e espero continuar a cumprir da melhor forma."