"Iron Mike" vai defrontar um youtuber 31 anos mais novo do que ele no dia 15 de novembro, num combate transmitido pela Netflix
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Duas semanas antes de regressar ao boxe para defrontar o youtuber Jake Paul num mediático combate marcado para 15 de novembro, no Texas, Estados Unidos, e que será transmitido na Netflix, Mike Tyson concedeu uma entrevista ao jornal The Independent.
Decidido a demonstrar que o facto de ser 31 anos mais velho do que seu adversário não passa de uma questão de números, o lendário ex-boxeador, que ostenta um recorde de 50 vitórias (44 por “knockout”) e apenas seis derrotas na carreira, contra um Paul que venceu apenas 10 (sete por “KO”) até ao momento (uma derrota), começou por vincar que “não é boa pessoa”.
“Não há nada de agradável em mim. Não sou boa pessoa, sou uma pessoa decente, tento fazer a coisa certa. Alguém que tenha a ideia de que sou uma boa pessoa vai ficar desapontado, simplesmente não o sou. Não faço as pessoas infelizes só porque sim, sou simplesmente aassim. Não tento fazer amigos, não quero saber se me metes no teu iate, estou-me a f**. Nunca serei bom para ninguém, serei carinhoso, mas nunca bom”, apontou, tentando descrever a sua personalidade.
“Penso que ser uma boa pessoa é estar à procura de amigos e tentares mudar algo para fazeres alguém feliz. Não vou beijar o rabo de ninguém só para que tenham um bom dia, não sou assim. Negligenciares-te a ti mesmo pela felicidade de alguém, não faço isso”, acrescentou.
Protagonista de várias polémicas na sua carreira, Tyson, que para além da mediática suspensão que recebeu após morder a orelha de Evander Holyfield em 1997, também cumpriu três anos de prisão por violação e outros nove meses por agressão a dois motoristas, assumiu que, aos 58 anos, sente-se muito mais “em paz” do que nesse período da sua vida.
“Absolutamente. Tenho mais responsabilidades, a minha vida é mais... Não sei, mais prática do que antes. Ter filhos, uma mulher, tarefas, coisas para fazer... Quando era um campeão, não tinha nada de substancial para fazer. Era festa, álcool, mulheres, falar m**. Não havia substância naquela altura. Já passei por algumas experiências espirituais e algumas coisas mudaram para melhor na minha vida, por isso é que estou disposto a voltar a envolver-me na luta. Talvez seja alguma conexão com a minha infância. O dinheiro desta luta não vai mudar o meu estilo de vida em 1%, serei sempre capaz de viver assim. Dinheiro dá sempre jeito, mas essa não é a razão disto. Estou apenas a fazê-lo porque quero testar-me a mim mesmo”, vincou, justificando o porquê do seu regresso aos ringues, quatro anos do seu último combate de exibição, para lutar com Jake Paul.
“Independentemente do quão velhou, este gajo tem apenas 11 lutas. Se conseguir lutar um pouco, com a minha experiência... Se conseguir lutar apenas a 10 por cento do que era, ele não me consegue igualar. Estou a ser sincero, vou derrotá-lo. Sei o que posso fazer, já vi do que ele é capaz e não estou intimidado ou com medo dele”, garantiu, terminando com uma reflexão sobre o boxe: “Mudou tremendamente e estou a mudá-lo ainda mais ao fazer esta luta. Eu faço parte da mudança do boxe. Quando pensas nisso, e não estou a ser egoísta, quem mais poderia fazer isto? Ninguém, não é?”.