Treinador do FC Porto, falou ém exclusivo a O JOGO sobre a presença na Liga dos Campeões
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O Dragão Arena, à segunda jornada do Grupo C, foi o palco do regresso a Portugal da Liga dos Campeões, o que já não acontecia desde 2005/06, quando o Trofa AC aí competiu. “É mesmo uma festa. Para a comunidade do voleibol é impressionante ver estas jogadoras aqui, caso contrário nunca as veriam em Portugal, porque não estamos num momento em que a nossa Seleção consiga jogar em alguma competição contra este tipo de atletas. Nós queremos estar na festa para ganhar, embora seja, de facto, um nível muito diferente”, constatou Miguel Coelho a O JOGO, finda a partida frente ao VakifBank – equipa turca com seis Ligas dos Campeões e quatro mundiais de clubes... –, que o FC Porto perdeu por 3-0.
“As turcas jogam todas as semanas com adversárias deste calibre, nós não, o que vai fazendo delas cada vez melhores e a nós ficar cada vez mais para trás”
“Nesta festa nem nos deixam dançar com elas... Passei algum tempo da minha carreira a andar atrás deste tipo de seleções, a ver como se comportam no treino, por isso tenho noção da dimensão física, mas nós não conseguimos passar isto para as jogadoras, porque elas não têm esta dimensão nem qualidade no nosso campeonato. As turcas jogam todas as semanas com adversárias deste calibre, nós não, o que vai fazendo delas cada vez melhores e a nós ficar cada vez mais para trás”, prosseguiu o treinador do FC Porto, completando: “Esta diferença do jogo de ontem [anteontem], não é entre o FC Porto e o Vakifbank, é entre Portugal e a Turquia. Se o décimo classificado da liga Turca jogar contra o nosso décimo a diferença seria esta ou maior ainda”.
"Esta diferença do jogo, não é entre o FC Porto e o Vakifbank, é entre Portugal e a Turquia. Se o décimo classificado da liga Turca jogar contra o nosso décimo, a diferença seria esta ou maior ainda”.
De qualquer forma, o líder das azuis e brancas, que considera ter a Liga dos Campeões “bem definida na lista de prioridades”, explica que a equipa tem sido “muito brava” e fala em aprendizagem. “Continuo a dizer que a Liga dos Campeões nos vai ensinar muito, porque o respeito que este tipo de equipas tem por nós, a apresentar-se com o seis titular, e ouvir o que o Giovanni Guidetti [treinador italiano do Vakıfbank, considerado o melhor do mundo] acha de nós, dizendo que temos pontos perigosos e a contrariar, deixa-me contente”, assumiu.
“Acho que ainda conseguimos fazer melhor em algumas coisas. Não quero ser injusto com a equipa, porque temos armas desiguais, não são, de longe, as mesmas. Há fundamentos em que costumamos ser melhores, mas não o temos sido porque estas equipas pressionam-nos tanto que depois não permitem que o nosso jogo apareça. Vai ser um desafio cada vez maior à medida que a competição vai andando, mas, e isto posso dizer sem rodeios, contra o Vakifbank [Turquia] e o Vero Volley [Itália] vamos tentar aprender muito, contra o Calcit [Eslovénia] vamos tentar ganhar”, concluiu.