
A Meia Maratona de Copenhaga contou com cerca de 25 mil na meta
CPH
A 9.ª edição da Meia Maratona de Copenhaga contou com 231 portugueses a cortar a meta no ano com a maior participação de sempre: cerca de 25 mil corredores, mais de um terço deles (37%) estrangeiros. O JOGO correu na capital dinamarquesa e conta-lhe como foi
A Meia Maratona de Copenhaga do passado domingo, contou com o maior pelotão de sempre da história das nove edições. Foram 24 378 a cortar a linha de meta num pelotão em que 37% tinham outra nacionalidade que não o dinamarquês e no qual 39% foram mulheres.
Segundo as estatísticas oficiais, as mulheres superaram os homens no intervalo entre os 20 e os 24 anos. Foram apenas mais 65, mas a tendência sugere que a longa distância já não é um feudo masculino.
O JOGO viajou ao Reino da Dinamarca e correu naquela que é uma das cinco provas do circuito SuperHalfs (se quiser saber mais sobre este circuito, espreite no link "Relacionados". No final, falamos com uma das participantes, Joana Monteiro, de 36 anos, natural de Gondomar, enquanto esta repousava à sombra de um inesperado calor escandinavo. A professora da área de ciências, tinha acabado de juntar a Meia Maratona de Copenhaga ao seu currículo das SuperHalfs: "Todos os metros de prova têm apoio popular, que é uma coisa que não vemos nas provas nacionais. Eles motivam e animam os participantes. Aqui no estrangeiro o ambiente é diferente, as pessoas têm uma mentalidade e uma cultura mais aberta para o desporto e penso que é uma experiência mais divertida". Desafiada a encontrar defeitos, pausou uns segundos e fez umas contas de cabeça enquanto franzia o sobrolho: "O preço das provas é elevado. Nesta paguei cerca de 70 euros de inscrição. Neste fim de semana prolongado, entre inscrição, alojamento, viagens, deslocações de metro aqui por Copenhaga, e alimentação, gastei cerca de 800 euros. Apesar de tudo vale a pena porque junto a corrida ao turismo. Ficamos culturalmente mais ricos, conhecemos um ambiente diferente, alegre, multinacional, e travamos conhecimento com novas pessoas. É uma energia diferente", concluiu.
Animação é um assunto sério
Às impressões da "maraturista" Joana Monteiro, juntemos outras observações. O primeiro ponto tem a ver com o tamanho da corrida. É um desafio enorme colocar 25 mil pessoas em avenidas sem barreiras de separação. O início da prova foi confuso e vimos elementos que não iam correr, como acompanhantes e curiosos, no meio do pelotão que se preparava para partir. A ausência de barreiras e controle fez também com que muitos participantes estivessem fora do grupo pré-determinado de partida. Outra das consequências da enorme participação fez com que se possam passar 21 minutos - poderão ser mais até - desde o tiro até à passagem pela linha de meta. Claro que o objetivo tem de estar focado no tempo líquido final e não no cronómetro absoluto. Mais: se o seu objetivo passa por bater o recorde pessoal - o percurso muito plano [apenas 44 metros de desnível positivo] e enormes retas a tal convida - tenha em linha de conta de que é mais do que provável que vá perder uns gordos segundos pelos cinco postos de abastecimento. Vai ter de abrandar para pegar no copo de água e vai ter de andar a passo, ou a trote, para beber porque garrafas de plástico não combinam com a estrita consciência ecológica deste povo escandinavo. Já agora, um lembrete no capítulo da nutrição: programe bem a hora do pequeno-almoço porque a prova deste ano começou às 11h15m.
Um pelotão gigante também tem as suas vantagens: é garantido que nunca ficará só no seu longo esforço de 21 quilómetros e o imenso público é do mais entusiasta que vimos, sendo capaz de nos incentivar em dezenas de línguas. A animação é um dos temas mais bem preparados do evento: foram 14 os pontos de animação que incluíram bandas ao vivo, grupos de canto, DJ"s e outros animadores que, por iniciativa própria, vão para a rua tocar e cantar.
Para finalizar, uma palavra de cautela. Faça bem as contas porque a capital da Dinamarca não é meiga com a bolsa. A inscrição na prova ronda os 70 euros e o nível de vida tem um ritmo difícil de acompanhar para um salário médio português. Um lanche numa confeitaria, por exemplo, não fica por menos de dez euros. Se lhe sobrar tempo e pernas pode e deve conhecer uma cidade com um património riquíssimo do qual destacamos a imperdível zona de Nyhavn, com o seu porto do século XVII e canais virados ao mar.
