Comité europeu mudou três normas de equipamento de guarda-redes, mas vai recuar em duas.
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No passado sábado, o Comité Europeu de Hóquei em Patins (CERS-RH) emitiu um comunicado sobre novas normas para capacetes, sticks e peitilhos de guarda-redes, sendo que este último já tinha sido adotado no Mundial. No entanto, um estudo do Labiomep, laboratório de biomecânica da Faculdade de Engenharia da Universidade Porto, fez o CERS-RH recuar nas normas que visam sticks e capacetes, mantendo a posição quanto ao peitilho de proteção, que não pode permitir "a colocação de materiais que aumentem as dimensões naturais das proteções". "O CERS-RH limitou-se a fazer cumprir nas provas europeias as normas publicadas pela FIRS [Federação Internacional de Patinagem]. Contudo, não sendo insensível às críticas e, após conversações com o presidente da FIRS, convocou reunião com a comissão técnica, a qual deliberou, por unanimidade, aprovar os atuais sticks e capacetes, mantendo a proibição do peitilho [aumentado], como a FIRS já fizera no Mundial", informou Fernando Graça, presidente do CERS-RH.
Alguns guarda-redes usam o peitilho mais volumoso para maior ocupação da baliza e se, em Portugal, André Girão (Sporting) o fez até ao último Mundial, em Itália, por exemplo, Massimo Cunegatti foi um dos que durante anos mais se serviu desta opção. A federação internacional (FIRS) já implementou a medida no Mundial e agora o CERS-RH também a adotará nas provas sob sua alçada. Segundo o CERS-RH, os árbitros devem inspecionar o equipamento e, em caso de irregularidade, o guarda-redes deve ser retirado de pista e tem cinco minutos para se mudar, caso contrário o jogo não se pode realizar. Nas provas nacionais terá de ser a Federação de Patinagem de Portugal a decidir.
A questão dos capacetes foi, entretanto, levantada pelo Labiomep, que reagiu publicamente, afirmando que os capacetes aprovados pelo CERS-RH não são suficientemente seguros. No hóquei em patins, os capacetes são inspirados no hóquei no gelo e há, em Portugal, quem utilize essas mesmas máscaras que o CERS-RH vinha rejeitar, como Carles Grau (FC Porto) e Rodolfo Sobral (Valença); exemplos, aliás, a que Mário Vaz, responsável do Labiomep, recorreu: "Não testámos a máscara [de Grau], mas parece a mais segura. As atuais oferecem riscos, porque os guarda-redes utilizam a cabeça quando defendem, tendo o queixo apoiado, e porque o revestimento à frente não dá garantias face a remates a 136 km/h."
Quanto ao stick, "a parte inferior tem de ser plana, com comprimento máximo de 115 cm e mínimo de 90 cm, um aro de 5 cm de diâmetro e peso nunca superior a 500 gramas" e o CERS-RH queria proibir o modelo de pá menos curva, o que vai abandonar. Atualmente, os sticks de guarda-redes cumprem as medidas, diferindo na pá (mais pequena do que a dos jogadores de pista).