Medalheiro Tóquio'2020: China regressa ao topo em dia de recordes para o Japão
Apesar de já ter suplantado os 16 ouros de Tóquio'1964 e Atenas'2004, quando ainda restam nove dias de competição, o Japão desceu à vice-liderança do medalheiro, cinco dias depois, com 28 metais.
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A China terminou a primeira semana dos Jogos Olímpicos Tóquio'2020 na liderança isolada da tabela de medalhas, ao contar 19 títulos, em 40 pódios, num sétimo dia em que o Japão superou o seu máximo de ouros numa edição.
Os anfitriões conquistaram de forma inédita uma prova de esgrima, ao baterem na final de espada por equipas masculinas o Comité Olímpico da Rússia, quebrando três cetros seguidos da França, que tinham vencido nos quartos, com a Coreia do Sul em terceiro.
Apesar de já ter suplantado os 16 ouros de Tóquio'1964 e Atenas'2004, quando ainda restam nove dias de competição, o Japão desceu à vice-liderança do medalheiro, cinco dias depois, com 28 metais, alargando a vantagem para os Estados Unidos, que, tal como de sábado, não logrou títulos, mantendo-se em terceiro, com 14 títulos, em 41 pódios.
A China dominou em singulares masculinos de ténis de mesa pelo quarto ciclo olímpico seguido, desta vez com Ma Long a revalidar o título diante de Fan Zhendong, número um mundial, por 4-2, tendo o alemão Dimitrij Ovtcharov repetido o bronze de Londres2012.
Igual superioridade chinesa sucedeu na final do torneio de pares mistos de badminton, à imagem do que sucedera há nove anos, logo após o Japão ter garantido o terceiro posto.
A China bisou ainda na prova feminina de trampolim, já que Zhu Xueying levou o ouro e Liu Lingling a prata, tendo a britânica Bryony Page, vice no Rio'2016, sido mais forte do que a canadiana Rosannagh MacLennan, ex-bicampeã olímpica, na corrida ao bronze.
Hipotecado ficou o sonho do sérvio Novak Djokovic, líder do ranking mundial, em ser o primeiro tenista masculino a vencer os quatro torneios do Grand Slam e o ouro olímpico no mesmo ano, depois de perder frente ao alemão Alexander Zverev, quinto, por 2-1.
A variante de pares masculinos teve uma final dominada pela Croácia e viu a Nova Zelândia arrebatar um inédito "metal" olímpico no ténis, deixando os Estados Unidos, a nação mais laureada da história, em branco pela primeira vez desde Antuérpia1920.
Entre os 21 títulos atribuídos, o primeiro dia do atletismo definiu o sucessor do inglês Mo Farah, bicampeão nos 10.000 metros, com o etíope Selemon Barega a triunfar em 27.43,22 minutos, seguido pelos ugandeses Joshua Cheptegei e Jacob Kiplimo, numa distância em que o Quénia, potência do meio-fundo, não passou do sétimo posto.
A natação abriu com expectável título e novo recorde mundial nos 200 metros bruços femininos da sul-africana Tatjana Schoenmaker, que, logo após deter o máximo olímpico, gastou 2.18,95 minutos, à frente das norte-americanas Lilly King e Annie Lazor, para "pulverizar" os 2.19,11 fixados há oito anos pela dinamarquesa Rikke Möller Pedersen.
A também detentora da prata nos 100 bruços estabeleceu mesmo o primeiro recorde mundial individual nas piscinas de Tóquio2020, acompanhado por 20 novas marcas olímpicas, sendo uma de Ema McKeon, que ganhou os 100 livres em 51,96 segundos.
Depois do bronze nos 100 metros mariposa e nos 4x200 livres, a australiana superou Siobhan Bernadette Haughey, de Hong Kong, que repetiu a prata nos 200 livres, e a compatriota Cate Campbell, com quem partilhou a vitória na estafeta de 4x100 livres.
No setor masculino, o russo Evgeny Rylov fez o pleno da disciplina de costas, ao vencer os 200 metros, com um recorde olímpico de 1.53,27 minutos, depois do triunfo nos 100 e do segundo lugar nos 4x200 livres, destronando em dose dupla o norte-americano Ryan Murphy, com a medalha de bronze a ficar na posse do britânico Luke Greenbank.
Nos 200 estilos, o chinês Wang Shun, que tinha sido terceiro classificado no Rio2016, consagrou-se como sucessor do norte-americano Michael Phelps, ao vencer em 1.55,00 minutos, mais rápido do que o britânico Duncan Scott e o suíço Jeremy Desplanches.
Quem andou com persistência na sombra do "lendário" de Baltimore e de Ryan Lochte foi o húngaro László Cseh, que, aos 35 anos, fechou uma longa carreira com o sétimo lugar na sua quinta final olímpica dos 200 estilos, num currículo em que já apresentava seis medalhas nos Jogos (quatro pratas e dois bronzes), 13 em Mundiais e 23 em Europeus.
A campeã mundial Akira Sone salvou a honra do Japão no judo, ao vencer por "ippon" a cubana Idalys Ortiz nos +78 kg femininos, no nono ouro e 11.º "metal" do país, em 14 categorias, com o dividido bronze entre a francesa Romane Dicko e a azeri Iryna Kindzerska.
Sem anfitriões medalhados, os +100 kg masculinos foram vencidos pelo checo Lukás Krpálek, ao derrotar por "ippon" o georgiano Guram Tushishvili, face ao descalabro do francês Teddy Riner, 10 vezes campeão mundial e bicampeão olímpico, que obteve o bronze, tal como o seu "carrasco" nos quartos de final, o russo Tamerlan Bashaev.
Já os eventos de ciclismo BMX premiaram os mesmos três países em ordens distintas, com o holandês Niek Kimmann a completar o percurso em 39,053 segundos, num pódio ainda com o britânico Kye White e novo bronze do colombiano Carlos Ramirez Yepes.
Bethany Shriever, da Grã-Bretanha, destronou a até aqui bicampeã em título Mariana Pajón, em 44,358 segundos, com Merel Smulders, dos Países Baixos, em terceiro.
O derradeiro dia das competições de remo distinguiu a superioridade global da Nova Zelândia no Sea Forest Waterway, com duas pratas e três ouros, o último dos quais no evento de oito com timoneiro masculino, ao concluir os 2.000 metros ao fim de 5.24,64 minutos, superiorizando-se à Alemanha e à Grã-Bretanha, vencedora há cinco anos.
A nação dos antípodas foi vice-líder feminina, atrás do Canadá, que se impôs em 5.59,13, recuperando um título vencido de forma inédita em Barcelona1992, e China, no ocaso do "tricampeonato" dos Estados Unidos, a zero em todas as categorias.
As duas provas de "skiff" renovaram máximos olímpicos, com a neozelandesa Emma Twigg, que se tinha retirado, após dois quartos lugares em Londres2012 e no Rio2016, a gastar 7.13,97, para bater a russa Hanna Prakatsen e a austríaca Magdalena Lobnig.
O título masculino foi para Stefanos Ntouskos, que deu o primeiro "metal" à Grécia em Tóquio2020, sendo secundado pelo norueguês Kjeti Borch e pelo croata Damir Martin.
Ao fim também chegou a canoagem "slalom", com o checo Jiri Prskavec, terceiro há cinco anos e líder do ranking mundial, a sobressair em K1 masculino, com 91,63 segundos, superando a oposição do eslovaco Jakub Grigar e do alemão Hannes Aigner.
Depois de conquistar a prova individual feminina de pistola a 10 metros e ter sido vice-campeã na de equipas mistas, a russa Vitalina Batsarashkina anotou uma nova marca olímpica de 38 pontos para selar o triunfo no evento de pistola a 25 metros, ao bater a sul-coreana Minjung Kim no desempate, com a chinesa Jiaruixuan Xiao em terceiro.
An San, de 20 anos, manteve a supremacia da Coreia do Sul no tiro com arco, graças a um inédito registo de três medalhas de ouro olímpicas numa mesma edição dos Jogos desde St. Louis1904, igualando um feito centenário da norte-americana Matilda Howell.
A primeira atleta a bater um recorde olímpico em Tóquio'2020 derrotou na final da prova individual feminina a russa Elena Osipova, por 6-5, com a italiana Lucilla Boari a ser terceira, após já ter saboreado os cetros em equipas femininas e em pares mistos.