Vencedor da Volta a Portugal em 2021 e 2022 e corredor mais bem sucedido do pelotão nacional nos últimos anos tinha contrato até 2025 e acordou a saída imediata da Sabgal-Anicolor
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Mauricio Moreira, uruguaio de 29 anos que somou 21 triunfos em Portugal desde 2021 - de um total de 29 vitórias como profissional -, deixou esta quarta-feira de ser corredor da Sabgal-Anicolor, a sua equipa desde que, há quatro anos, trocou a espanhola Vigo-Rias Baixas pelo pelotão nacional. A rescisão imediata, e com a época a decorrer, surgiu depois de a equipa de Águeda descobrir que Moreira tinha assumido um compromisso com a rival Efapel em janeiro passado.
“O Clube Desportivo Fullracing vem informar que foi acordada a rescisão do contrato desportivo que mantínhamos com o atleta Mauricio Moreira e que estava em vigor até ao final de 2025. Esta decisão foi tomada por mútuo acordo entre as partes, com o objetivo de evitar recurso a tribunais ou litígios, com o atleta ou com a nova equipa com quem Mauricio Moreira decidiu assumir um segundo compromisso”, escreveu o presidente da equipa patrocinada por Sabgal e Anicolor, Carlos Pereira, explicando ter existido uma “quebra de confiança”.
Segundo apurou O JOGO, Mauricio Moreira só terá admitido à equipa que tinha um acordo com a Efapel quando desistiu da recente Volta a Portugal, por doença - chegou a desfalecer e ser hospitalizado na etapa rumo à Guarda -, tendo as últimas semanas sido dedicadas às conversações sobre a saída. O uruguaio terá abdicado dos últimos salários e dos prémios por receber esta época, como o do triunfo da sua equipa na Volta a Portugal, tendo a Fullracing desistido de uma indemnização por se comprometer fora da janela legal de transferências.
Moreira já é livre de correr por outra equipa, mas apenas de escalão superior, o que o impede de mudar de imediato para a Efapel. Quanto à Sabgal-Anicolor, percebem-se agora melhor as declarações do diretor desportivo Rúben Pereira quando, no final da Volta a Portugal ganha por Artem Nych, deu o russo como líder do futuro.
O uruguaio, exímio contrarrelogista e com bons desempenhos em montanha - já ganhou na Torre -, chegou a Portugal depois de uma passagem apagada pela espanhola Caja Rural-RGA e, embora tornando-se o corredor mais sucedido do pelotão nacional, teve de superar algumas lesões e problemas psicológicos. Na Efapel, que vai ficar sem Henrique Casimiro, em fim de carreira, será chefe de fila, embora a equipa de José Azevedo já tenha brilhado na última Volta com o porto-riquenho Abner González, terceiro da geral.