Reforço do Lusitânia em março, numa altura crítica da época, brasileiro ainda mostrou créditos e justificou o estatuto de internacional jovem pelo Brasil. Chegou com a missão de ajudar a evitar a descida. Não o conseguiu, mas deixou marca: dois golos, duas assistências e talento a pedir continuidade.
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Chegou aos Açores em março com uma missão espinhosa: ajudar o Lusitânia a garantir a permanência na Liga Placard. A tarefa revelar-se-ia ingrata. O histórico emblema da ilha Terceira terminou no último lugar da tabela classificativa e acabou por descer de divisão. Ainda assim, Matheusinho não passou despercebido. O ala brasileiro, de 20 anos, internacional jovem pelo Brasil, participou em oito jogos, apontou dois golos, somou duas assistências e deixou em campo a certeza de que tem margem de crescimento e talento para outros voos.
“Foi uma experiência muito boa. Aprendi bastante. Mesmo com pouco tempo de competição, acredito que cresci imenso”, afirma o camisola 99, que chegou proveniente do São José Futsal. Ao aterrar na Terceira, trazia o rótulo de jovem promessa brasileira e as expectativas não eram modestas. “Sabia da responsabilidade e do que se esperava de mim. Foquei-me sempre em ajudar a equipa e dei tudo em cada jogo. Por isso, saio de cabeça erguida”, garante. A adaptação ao futsal português foi, segundo o próprio, quase imediata. “Adaptei-me muito rápido. É um campeonato que exige intensidade, e isso é algo que sempre fez parte do meu jogo. Com a ajuda da equipa técnica e dos meus colegas, tudo se tornou mais fácil”. Apesar da entrega e do impacto do ala, o Lusitânia não conseguiu contrariar a tendência negativa. Em 22 jornadas, somou apenas três vitórias, três empates e sofreu 16 derrotas, um percurso marcado por inúmeras dificuldades. “Tivemos várias adversidades ao longo do campeonato. Algumas lesões condicionaram muito o grupo e houve jogos em que só tínhamos seis ou sete jogadores disponíveis. Ainda assim, demos sempre o máximo”, recorda.
Com a época terminada, o futuro permanece em aberto. Matheusinho, que entretanto voltou ao Brasil para um período de férias, não fecha portas a nenhum cenário, incluindo um eventual regresso à Ilha Terceira. “Claro que a descida custa, mas continuo a trabalhar e a lutar pelos meus sonhos. Ainda não há nada definido. Estou a analisar o que for melhor para mim e para a minha carreira. Mas, se sentir que o Lusitânia é a melhor opção, volto com toda a certeza, para ajudar o clube a regressar à Liga Placard”, remata.