Marta Pen a 23 centésimos dos mínimos para os Mundiais: "Somos nós e o relógio..."
Atleta portuguesa sagrou-se campeã portuguesa, mas ficou a 23 centésimos de obter mínimos para os Mundiais, que se realizam de 18 a 20 de março.
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A portuguesa Marta Pen Freitas ficou este sábado a 23 centésimos dos mínimos nos 1.500 metros para os Mundiais de pista coberta, sagrando-se campeã de Portugal em Pombal.
Atualmente a correr como independente, Marta Pen Freitas venceu a prova em 4.09,23 minutos, a 23 centésimos dos mínimos para os Mundiais de Belgrado, de 18 a 20 de março.
"É assim o atletismo, somos nós e o relógio. Às vezes perde-se por um centésimo, às vezes ganha-se, foi o que aconteceu hoje. Hoje o mais importante era fazer a marca de qualificação, mas não foi possível. Estou numa forma incrível, tenho feito um trabalho muito bom, estou muito contente com a minha equipa técnica e com as escolhas feitas. Foi pena não ter conseguido um tempo que prove o meu trabalho, mas o desporto é mesmo assim, não é nos treinos que se ganha, tem de se chegar aqui à pista e fazer os tempos", disse.
Sobre as possibilidades de ainda conseguir a marca de qualificação até 07 de março, Marta Pen Freitas referiu que ainda poderá estar em Madrid durante a próxima semana, mas admitiu que a sua temporada de pista coberta tenha terminado aqui.
Ainda a precisar de confirmar os mínimos e alcançar a marca de referência (6,67 segundos), Carlos Nascimento (Sporting) sagrou-se campeão em 6,75.
"Mais importante do que o título era poder vir aqui fazer a marca de referência para os Mundiais. Na semana passada fiquei perto, esta semana tinha bons indicadores e sabia que era possível fazer a marca. Fico triste por não ter conseguido, mas apesar de tudo é mais um título de campeão de Portugal e estou grato por isso", referiu.
Durante a semana, o atleta do Sporting tinha referido que sofreu de ansiedade durante os Campeonatos de clubes, na semana passada, igualmente em Pombal.
"A ansiedade foi um problema com que eu nunca tive a infelicidade de lidar e é estranho ao fim de tantos anos ter de lidar com um problema destes. Pode ter havido algum nervosismo por causa disso, mas não é desculpa. Olho para o lado e vejo como está o mundo, vejo países em guerra, vejo pessoas a morrer e nós só temos de estar gratos por estarmos aqui com saúde e a fazermos o que gostamos. Tenho de pôr isto para trás das costas e chegar às provas e fazer as marcas, porque estou num patamar que isso tem de acontecer naturalmente", assumiu.
Carlos Nascimento diz que ainda vai tentar os mínimos em Madrid na próxima semana, onde espera estar ao nível dessa marca, com uma última hipótese a acontecer no fim de semana em Lisboa.