
Tiago Oliveira/Runporto
Paulo Franco (43 anos) levou 3h20m38s a percorrer a prova a empurrar um carrinho com os três filhos, indo parar ao livro dos recordes. Em 2017, o lisboeta já tinha cumprido a mesma façanha com os dois mais velhos. Encontrar carrinho para mais um atrasou novo feito, nascido de um desafio familiar
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A 20.ª edição da Maratona do Porto, realizada no domingo, não teve um novo recorde masculino por apenas 1m03s - o ugandês Abel Chelangat venceu com 2h10m01s e o máximo de 2hm08,58s pertence ao queniano Zablon Chumba desde 2021 -, mas uma outra marca planetária foi alcançada. Paulo Franco, de 43 anos, estabeleceu um recorde mundial do Guinness ao percorrer os 42,195 km a empurrar um carrinho com os três filhos, David, Daniel (gémeos com oito anos) e Samuel (seis), em 3h20m38s, superando o anterior registo em quase sete minutos (3h27m49s). “Estou agora no processo de homologação. Já tenho as evidências todas, a assinatura de Jorge Teixeira [diretor da Runporto], a dizer que o tempo é válido, e as testemunhas dos fotógrafos e da equipa que registou o tempo, que confirmam que os miúdos não saíram do carro e que o empurrei sempre sozinho. O mais difícil já foi conseguido”, relata a O JOGO, tendo encarando esta aventura como “um projeto familiar”.
Em 2017, o empresário lisboeta, praticante do Clube de Orientação do Centro, já tinha fixado um recorde do Guinness a empurrar um carrinho com os filhos gémeos (3h09m06s), também no Porto. “Passado dois anos, nasceu o meu terceiro filho e, desde logo, pensei em estabelecer o recorde com os três. Só tinha um problema: não encontrava um carrinho de jogging, de corrida”, recorda. No ano passado encontrou-o, encomendando-o nos Estados Unidos.
“Comecei a treinar com mais afinco, com a ajuda do meu treinador Albano João, e defini a data do Porto para tentar o feito”, acrescenta, dando conta da logística “complicada”. “Nem sempre conseguia treinar com os miúdos. Basicamente colocava três sacos de areia de 25 quilos cada um. Com o carrinho já dava 100 quilos”, descreve, recordando como, no passado domingo, foi preciso entreter os filhos “com chupas, rebuçados, pastilhas e o tablet para estarem ali as três horas e vinte”. O apoio da esposa Stepanka, natural da Chéquia, e do grupo de treino “foram fundamentais” durante todo o processo.
A “tentação” de repetir em Sevilha
Agora que Paulo Franco concretizou esta aventura, os amigos já lhe colocam novos desafios, em jeito de brincadeira. “Perguntaram-me: ‘E quando nascer o quarto?’. Existe o recorde do Guinness a empurrar quatro. Confesso que eu já fui ver qual é. São 4h25m. Não está previsto nascer o quarto, mas, se nascer, logo se vê”, reage, com boa disposição. Repetir a maratona, a quatro, como no Porto, “é uma tentação”. “Por exemplo, a Maratona de Sevilha, que vai ser agora em fevereiro de 2025, tem um percurso espetacular. É sempre plano e faz uma diferença enorme, mas a logística é tão grande...”, reflete, deixando a possibilidade em aberto.

