Armand Duplantis voa para 14.º recorde do mundo. Isaac Nader na final no dia em que Rui Pinto foi 42.º na maratona
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O sueco Armand Duplantis voou hoje para o 14.º recorde do mundo da carreira no salto com vara, sagrando-se tricampeão com 6,30 metros nos Mundiais de atletismo Tóquio2025.
Os mais de 50 mil espetadores no Estádio Nacional em Tóquio já sabiam que teriam aquele momento – sem mais finais, sem mais oponentes, sobraria Duplantis e a fasquia, a 6,30 metros.
A realidade não defraudou as expectativas e ‘Mondo’ também não, passando a distância à terceira tentativa para desencadear a primeira ‘festa’ por um recorde do mundo em Tóquio, com rivais, treinadores, e o público, que o celebrou entre si como a lenda do desporto que já é, aos 25 anos.
Este foi o 14.º recorde do mundo para ‘Mondo’ Duplantis, que não tem olhado para trás desde que superou os 6,17 metros do francês Renaud Lavillenie em 2020, vencendo hoje por larga margem a final.
O grego Emmanouil Karalis foi o único a superar a fasquia colocada nos seis metros, ficando com a prata como já tinha acontecido nos Jogos Olímpicos Paris2024, enquanto o australiano Kurtis Marschall ficou com o bronze, tendo saltado a 5,95.
“Foi melhor do que podia ter imaginado. Poder dar-vos este recorde do mundo é fantástico, com o público a fazer tanto barulho. Obrigado por isto, estou tão feliz”, declarou Duplantis.
No lançamento do martelo, a canadiana Camryn Rogers confirmou o estatuto de grande favorita ao revalidar o título mundial, juntando novo ouro ao estatuto de campeã olímpica que logrou em Paris2024, ao ser a única a lançar acima de 80 metros, com 80,51, recorde pessoal e da Commonwealth.
A chinesa Jie Zhao ficou em segundo, com 77,60, meio metro acima de uma compatriota de apenas 18 anos, Jiale Zhang, na ‘festa’ de consagração da canadiana de 26 anos.
No sexto lugar acabou a polaca Anita Wlodarczyk, que tem três ouros olímpicos e quatro mundiais no palmarés, continuando ao mais alto nível aos 40 anos, com 74,64.
A suíça Ditaji Kambundji estabeleceu um novo recorde nacional para conseguir sagrar-se campeã do mundo dos 100 metros barreiras, com 12,24 segundos, somando o primeiro pódio em Mundiais ao ar livre.
Atrás, a nigeriana Tobi Amusan, recordista mundial (12,12), foi segunda, com 12,29, deixando o bronze para a norte-americana Grace Stark, com 12,34, numa final, como todas as outras, em que o intenso calor e elevada humidade ‘pesaram’ nas finalistas.
O início da maratona ficou marcado por uma surpreendente falsa partida e o final com um sprint apertado, para a mais curta vantagem de um vencedor da maratona em Mundiais, com as três décimas de segundo conquistadas pelo tanzaniano Alphonce Félix Simbu (02:09.48) sobre o alemão Amanal Petros, ultrapassado na reta da meta.
Simbu conseguiu a primeira medalha de ouro de sempre para a Tanzânia, impondo-se num ‘estranho’ sprint no final da distância de fundo por excelência, ficando o bronze para o italiano Iliass Aouani.
Outra decisão com sprint foi a final dos 3.000 metros obstáculos, em que o vigente campeão, o marroquino Soufiane El Bakkali, acabou reduzido a lágrimas, mesmo consolado por outros finalistas, durante bem mais de meia hora após ganhar ‘apenas’ a prata.
É que a decisão desta corrida teve final inesperado, com o neozelandês Geordie Beamish, que na qualificação tinha acabado no chão, e pisado, durante uma queda, a vir de trás para a frente num ataque fulgurante para sprintar para a vitória, com 8.33,88 minutos.
O ‘conto de fadas’ de Beamish, de 28 anos, foi o ‘pesadelo’ de El Bakkali, assim negado de um tricampeonato sucessivo, enquanto o adolescente queniano Edmund Serem levou para casa uma medalha de bronze, aos 17 anos.
Na qualificação, a principal nota foi o apuramento ‘tremido’ do norte-americano Grant Holloway, de tal forma dominador nos 110 metros barreiras que esta foi a primeira corrida num grande palco internacional em que acabou em quarto, no caso na sua eliminatória.
“Estou saudável, não tenho lesões. Tenho de perceber, não faço ideia do que se passa”, admitiu.
De fora dos 200 metros, foi hoje conhecido, estará Julien Alfred, de Santa Lúcia, devido a lesão, um dia depois de ser terceira nos 100 metros, distância em que é campeã olímpica.
Isaac Nader confirmou hoje o estatuto de potencial medalhado português nos Mundiais de atletismo Tóquio2025, ao avançar para a final dos 1.500 metros, num terceiro dia em que Rui Pinto terminou a maratona no 42.º lugar.
Sob intenso calor e elevada humidade, o fundista do Sporting, de 32 anos, cumpriu em 02:19.50 horas os 42,195 quilómetros, que começaram e terminaram no Estádio Nacional do Japão, de forma pouco habitual.
O início ficou marcado por uma surpreendente falsa partida e o final com um sprint apertado, para a mais curta vantagem de um vencedor da maratona em Mundiais, com as três décimas de segundo conquistadas pelo tanzaniano Alphonce Félix Simbu (02:09.48) sobre o alemão Amanal Petros, ultrapassado na reta da meta.
Na sua estreia em Mundiais, Rui Pinto resistiu às adversidades, uma prova com 22 desistentes, mas ficou distante da sua melhor marca (02:11.23).
A jornada lusa na capital japonesa terminou com o apuramento solitário de Isaac Nader para a final dos 1.500 metros, a disputar na quarta-feira, às 22:20 locais (14:20 em Lisboa), com o quarto lugar na segunda série, em 03.36,86 minutos.
De nada valeu ao seu companheiro de equipa no Benfica José Carlos Pinto ter sido 63 centésimos mais rápido (03.36,23) do que o recordista nacional e medalha de bronze nos Europeus em pista curta Apeldoorn2025, até porque ficou no nono lugar da primeira meia-final, a mais rápida.
Fatoumata Diallo ficou a dois centésimos de segundo do seu recorde nacional nos 400 metros barreiras (54,52), ao assegurar um lugar nas semifinais, também agendadas para quarta-feira, às 21:03 (13:03), com o terceiro lugar na sua série das eliminatórias, atrás da norte-americana Anna Cockrell (53,63) e da jamaicana Andrenette Knight (53,74).
A barreirista do Benfica, de 25 anos, terminou esta primeira fase com o nono tempo das cinco séries, entre as 24 que avançaram para as semifinais, tendo em vista a final, agendada para sexta-feira, às 21:17 (13:27).
De fora da final ficou Gerson Baldé, no salto em comprimento, ao terminar a qualificação no 15.º lugar, com os 7,93 metros do seu terceiro ensaio, cinco centímetros abaixo do último repescado, o chinês Mingkun Zhang (7,98), mas muito distante do seu recorde pessoal alcançado já este ano (8,20).