
Salvador Abreu
CS Marítimo
Salvador Abreu e Salvador Santos são os mais recentes jovens do Campeonato Placard. Jogaram frente ao FC Porto na jornada passada. Madeirenses podem vir a jogar na "classe média/alta do andebol português" e são produto de um trabalho que tem sido desenvolvido por Paulo Fidalgo, o treinador do Marítimo.
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Na jornada anterior do Campeonato Placard, o Marítimo estreou dois atletas de 15 anos frente ao FC Porto: Salvador Abreu, com 15 anos, 9 meses e 23 dias; e Salvador Santos, com 15 anos, 10 meses e 17 dias, este último filho de José Coine, jogador reconhecido da década de 1990, tendo passado por FC Porto e Sporting. Dois naturais da Madeira e que entram para o top-10 dos mais jovens de sempre a jogar na I Divisão, numa lista com alguns agora consagrados, como Rui Silva, Miguel Martins, Kiko Costa ou Diogo Rêma, mas cujo aparecimento não é obra do acaso.
"Isto significa muito para mim, é um tentáculo do meu trabalho de que tenho muito orgulho. Costumo dizer que ganhar é muito importante, mas formar é decisivo e este tipo formação que estabelecemos neste projeto a que chamamos Marítimo Escola de valores é fundamental para o crescimento dos atletas na modalidade", disse Paulo Fidalgo a JOGO. "E não estamos só preocupados com a utilização deles no Marítimo, sabemos que muitas vezes os atletas vão estudar para Lisboa, para o Porto, para Braga, para outras cidades, e estamos potencializar atletas para dar corpo ao andebol nacional e isso para nós é muito importante", continuou o treinador.
"Com o Salvador Abreu e o Salvador Santos começámos há um ano e dois meses. Temos linhas orientadoras bem definidas com as famílias, também temos preocupações escolares e que sejam referências humanas, sociais e desportivas. Além disso, já estão referenciados para as seleções nacionais. São miúdos que nos enchem de orgulho", admitiu.
"O Gustavo Miers, hoje capitão do Marítimo e muito utilizado, começou comigo, há seis anos, neste tipo de projeto, que fomos melhorando e aprimorando, e a verdade é que estamos cada vez mais a fomentar e construir novos atletas. É um projeto em que "perfilhamos" o atleta a partir dos 14/15 anos, que continua envolvido no seu clube regional, seja ele qual for, mas potencializamos o jogador, dando-lhe a rotina do alto rendimento e, ao mesmo tempo, forte acompanhamento na vertente do trabalho de ginásio", explicou.
Afirmando que considera "tão importante ter andebol no Porto, Lisboa ou Braga, como infelizmente não se tem em Coimbra ou no Algarve", Paulo Fidalgo garantiu: "Luto muito para que a chama do andebol na Madeira não se perca, porque sei que, se se perder, depois é muito difícil reabilitar". E dá exemplos. "Em 2001 a Madeira tinha basquetebol na I Divisão, voleibol masculino e feminino na I Divisão, hóquei em patins na I Divisão e, em 2025, resta o andebol do Marítimo. O basquetebol está segunda divisão, o hóquei também e o voleibol praticamente não existe", lembrou o treinador.
Análise do treinador ao central Salvador Abreu
"É um central, a diferença de idade para o Salvador Santos não chega a um mês, mas, como nasceu em janeiro, é sub-16. Lembra, em alguns momentos, o André Sousa [Chambéry, de França]. Gosta muito de rematar em apoio, é um jogador vertical, joga bem um contra um e é um central que, além de jogar, também sabe construir, tem boas dinâmicas defensivas e leva bem a bola nas transições. Ainda é algo envergonhado, precisa libertar-se e este projeto tem servido para isso. Também será da classe média/alta do andebol português".
Análise do treinador ao lateral/ponta-direita Salvador Santos
"É sub-18 de primeiro ano, mas por dez dias seria sub-16. É um esquerdino, tem como ídolo o Kiko, respira andebol, é muito inteligente, intenso e dedicado ao jogo. A velocidade e a coragem que coloca nas ações são muito interessantes. Pode ser lateral-direto ou ponta-direita, ainda estamos numa fase de treino, de avaliação e de crescimento, mas acredito que nos próximos dois anos vai ter uma evolução muito sólida. Pode ser jogador de classe média/alta em Portugal."

