A tendência é preocupante: são mais os estímulos para não nos mexermos. A inatividade é normal.
Corpo do artigo
Para além dos mais diversos estados e municípios, a luta contra a inatividade física dos cidadãos, que alastra um pouco por todo o mundo, tem sido também travada por organizações transnacionais. É o caso da Associação Internacional do Desporto para Todos (Tafisa), que tem procurado reverter uma tendência preocupante.
"O mundo em que vivemos estimula-nos mais a sermos inativos do que ativos. A inatividade física tornou-se normal, esse é o standard e temos que o combater", declarou esta sexta-feira o alemão Wolfgang Baumann, secretário geral da organização, na sessão de encerramento do XVII Congresso Nacional de Gestão Desportiva, em Setúbal, numa organização da Associação Portuguesa de Gestão de Desporto (APOGESD) com o apoio de O JOGO.
Este dirigente garante que "na Europa, são já 59 por cento as pessoas que não fazem desporto nem exercícios", o que considera "dramático", apontando os casos de Estados Unidos, Inglaterra, China, Brasil ou Rússia como alguns dos principais países onde é crescente a tendência para o aumento da inatividade entre os cidadãos.
"É uma tendência válida para todos o países do mundo", considera Baumann, apontando o foco aos mais jovens: "Temos que incidir os nossos planos nas crianças e nos jovens. Têm que ser eles o alvo número um para combatermos a inatividade física."
Esta organização tem incentivado diversos municípios mundiais a juntarem-se ao combate, nomeadamente através do conceito de "Cidades Ativas", reflexo de um conjunto de medidas que procurem aumentar a prática de exercício entre os cidadãos.
Segundo Baumann, uma Cidade Ativa pode retirar benefícios nas seguintes áreas:
Economia (crescimento de negócios e do emprego; aumento das receitas através de impostos)
Segurança (menos crime)
Ambiente (redução da poluição)
Saúde (menos depressão, stress e doenças crónicas)
Social (voluntarismo; aumento do compromisso cívico)
Como exemplo de uma cidade ativa foi apresentada Bogotá, capital da Colômbia, que tem estado a promover a Ciclovia, uma iniciativa que tem lugar aos domingos e feriados, entre as 7h00 e as 14h00, com a proibição de circulação automóvel em 121 km de vias. Participantes, de bicicleta, têm sido perto de dois milhões, ou seja, 30 por cento dos habitantes.