Atenção Benfica e FC Porto: jogos nacionais vão ser apitados por árbitros nacionais
Federação recorreu aos estatutos para indicar árbitros para os cerca de 110 jogos dos próximos dias e explicar que não podem pedir "dispensa". APAOMA sensibilizou os 32 Quadros de Arbitragem de Elite para solicitar dispensa, levando o Conselho de Arbitragem a mostrar-se incapaz de nomear. O líder máximo da FAP assumirá o que os estatutos preveem; Esta jornada há um Benfica-FC Porto fulcral para o título.
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Apesar de o Conselho de Arbitragem (CA) da Federação de Andebol de Portugal (FAP) ter, durante a tarde de quinta-feira, insistido na "impossibilidade de efetuar as nomeações de árbitros, por terem pedido dispensa para os jogos de 22, 23 e 25 de abril", vai confirmar-se aquilo que O JOGO adiantou ontem: todos os encontros (cerca de 110) terão árbitros e delegados nomeados e vão realizar-se. Entres estes, recorde-se, está o Benfica-FC Porto de domingo, fulcral para as contas do título e relativo à 21.ª jornada do Campeonato Placard, que tem todos os restantes jogos amanhã; e o Benfica-Madeira SAD em femininos, que, caso as encarnadas ganhem amanhã, ficam com o campeonato praticamente assegurado.
Assim, O JOGO sabe que todos os jogos nacionais vão ser apitados por árbitros nacionais.
A Direção da FAP, reagindo à ação impulsionada pela Associação Portuguesa de Árbitros e Oficiais de Mesa de Andebol (APAOMA), que levou os seus membros a pedirem dispensa por se sentirem "desconsiderados, marginalizados e desrespeitados pela FAP", acusando esta de "falta de proteção, apoio e defesa pública" perante "calúnias e injúrias de instituições desportivas e pessoas singulares", respondeu logo na noite de anteontem, em missiva enviada às associações regionais. Miguel Laranjeiro, presidente da Direção, informou que iria assumir a competência que os estatutos lhe conferem, responsabilizando-se pelas nomeações tanto de árbitros como de delegados, estes já indicados ontem para os jogos agendados.
"Os poderes e competências das Associações de Andebol serão exercidos no âmbito do quadro estatutário e regulamentar, destinando-se a suprir a falta de árbitros nomeados pelo CA, e a garantir a presença de quadros de arbitragem nos jogos oficiais devidamente agendados e calendarizados pela Direção da FAP, com quem as Associações deverão articular as questões de gestão e administração desses jogos oficiais", informou Laranjeiro.
A Direção da FAP esclareceu ainda que "a figura da invocada "dispensa", enquanto direito individual dos árbitros, foi pensada e formulada para utilização em casos muito pontuais (questões de saúde, de indisponibilidade temporária e casos relacionados com o exercício de atividade laboral e profissional, entre outros)", sublinhando que "não se aplica para o exercício coletivo de direitos; para servir de instrumento, ou arma de arremesso contra outros agentes, ou órgãos da modalidade; para ser utilizada ou exercida por outrem, muito menos para ser utilizada por determinadas associações de classe, como forma de defesa coletiva de putativos interesses, ou direitos corporativos".
Será possível que na próxima semana as nomeações voltem a ser feitas pela Direção da FAP e pelas associações, faltando saber qual será o futuro do Conselho de Arbitragem, depois de ter declarado que "não abdicou das suas responsabilidades legais, estatutárias e regulamentares, vendo-se, no entanto, impossibilitado" de indicar árbitros.
FAP liquidou €300 mil de dívidas
"Tais condutas da APAOMA são absolutamente surpreendentes, não se percebem, e são completamente injustificadas", escreveu a Direção da FAP, lembrando que, "como é do conhecimento público no âmbito do primeiro mandato, desde 2016, encontravam-se por liquidar avultadas quantias (que ascendiam a mais de 300 000 euros) aos Quadros de Arbitragem" e que "nesta data encontra-se apenas por regularizar o mês de março de 2023, o que torna ininteligível o presente boicote às competições".