Armindo Araújo capotou em Chaves e deixou o piloto da Hyundai Portugal tranquilo rumo ao título, que se decidirá em outubro
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Kris Meeke (Hyundai i20 N Rally2) sagrou-se, este sábado, vencedor do Rali da Água Transibérico Eurocidades Chaves-Verin, depois de um duelo empolgante com Armindo Araújo (Skoda Fabia RS Rally2) que terminou a quatro classificativas do final desta penúltima prova do Campeonato de Portugal de Ralis (CPR), quando o piloto de Santo Tirso não evitou uma saída de estrada. A partir de então, Meeke só teve que levar o carro até ao fim para ganhar e, como já era previsível, a decisão do título, um assunto reservado a ambos, jogar-se-á na última jornada da época.
“Sinto-me de consciência tranquila, estava a dar o máximo, pois sabia que teria de atacar para colocar pressão no Meeke. Ao adoptar um ritmo tão elevado, é óbvio que corria riscos e, infelizmente, aconteceu a saída de estrada. Agora, há que esquecer o sucedido, pensar no próximo rali e na possibilidade que ainda temos de conquistar o título”, referiu Armindo Araújo.
O piloto de Santo Tirso nunca baixou os braços e à partida para a PEC 6, de um total de nove, registava uma desvantagem de 11,2s para o rival, mas tudo indicava, face aos tempos do parcial do troço de Chaves 1 (12,2 km), que pudesse encurtar a distância. O despiste hipotecou os seus planos.
“Lamento aquilo do Armindo, são coisas que sucedem, mas tenho que lhe tirar o chapéu, porque estava a ser incrivelmente rápido! Portanto, esta não foi uma vitória fácil. Tive que andar sempre no máximo. Gostei imenso das classificativas do rali. Afinal, em Portugal também há bons engenheiros a construir estradas!...”, disse um Meeke sorridente.
A desistência do piloto da Skoda abriu caminho ao segundo lugar de Ricardo Teodósio (Hyundai i20 N Rally2), que em Chaves esteve uns bons furos acima, em termos de andamento, das provas anteriores. “Gosto bastante destas classificativas, que sendo muito rápidas encaixam bem no meu estilo. Portanto, também arrisquei um pouco mais e é evidente que este resultado veio aumentar a minha confiança e motivação para o último rali do ano”, explicou o piloto algarvio.
Quem ficou aquém das expetativas foi José Pedro Fontes, teoricamente um sério candidato à vitória, mas cedo percebeu, na manhã do primeiro dia, que um problema técnico no Citroen C3 Rally2 não lhe permitia andar ao nível exigível. Daí ter acumulado um atraso considerável na primeira etapa e nem a mudança do turbo a meio desta última etapa – custando uma penalização de 30 segundos – foi a solução.
Pedro Almeida (Skoda Fabia Rally2 evo) terminou em quarto e apenas pôde “descansar” quando João Barros (VW Polo GTi R5), com quem travou um animado despique, se viu forçado a abandonar, a três classificativas do final, quando a quebra do coletor de escape deu origem a um princípio de incêndio, logo neutralizado. Melhor sorte não teve Ernesto Cunha (Skoda Fabia Rally2 evo) que na primeira passagem pelo troço de Verin se despistou, ficando com um braço da suspensão partido.
No CPR 2RM, o jovem Rafael Rego (Peugeot 208 Rally4) dominou, de forma surpreendente, a segunda etapa, na frente de Hugo Lopes (Peugeot 208 Rally4) e do campeão em título Gonçalo Henriques (Renault Clio Rally4). Contudo, ao sair de estrada comprometeu um desempenho fantástico e foi Lopes quem fez a festa, enquanto Henriques manteve o primeiro lugar no campeonato.
O CPR terminará no próximo mês de outubro (dias 11 e 12), com a decisão do título absoluto no Rali Vidreiro Centro de Portugal.
Classificação final (oficiosa)
1º, Kris Meeke/Stuart Loudon (Hyundai i20 N Rally2), 56.55.0
2º, Ricardo Teodósio/José Teixeira (Hyundai i20 N Rally2), a 40.9s
3º, Pedro Almeida/Mário Castro (Skoda Fabia Rally2 evo), a 1.34.4
4º, José Pedro Fontes/Inês Ponte (Citroen C3 Rally2), a 2.51.3
5º, Hugo Lopes/Valter Cardoso (Peugeot 208 Rally4), a 3.54.8
6º, Gonçalo Henriques/Inês Veiga (Renault Clio Rally4), a 4.14.3
7º, Pedro Pereira/João Aguiar (Peugeot 208 Rally4), a 4.49.2
8º, Guilherme Meireles/Pedro Alves (Peugeot 208 Rally4), a 4.58.5
9º, Ricardo Filipe/Filipe Carvalho (Skoda Fabia R5), a 5.10.7
10º, Rafael Cardeira/Luís Boiça (Peugeot 208 Rally4), a 5.27.5