Kris Meeke lidera o Campeonato de Portugal de Ralis, mas não pode ser campeão
Norte-irlandês lidera o Campeonato de Portugal de Ralis, mas a lei nacional impede títulos de estrangeiros e FPAK não o atribuirá. Ricardo Teodósio, Armindo Araújo e José Pedro Fontes são candidatos ao título de melhor português, mas a manter-se o domínio de Meeke só haverá campeão nacional por equipas.
Corpo do artigo
O norte-irlandês Kris Meeke não poderá conquistar o título do Campeonato de Portugal de Ralis, por não ser português, dita o artigo 62 do Regime Jurídico das Federações Desportivas, que se aplica a todas as federações de utilidade pública. A questão já fora colocada à Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK) há quase um ano, antes do acidente que ceifou a vida a Craig Breen, contratado pelo Team Hyundai Portugal. Para o seu lugar chegou Meeke, que ao desistir no Rali de Portugal e na Madeira adiou a questão - Ricardo Teodósio foi campeão -, a surgir de novo este ano, depois das exibições categóricas do antigo piloto do WRC em Fafe e no Algarve.
A FPAK ainda pediu um parecer a Alexandre Mestre, um dos mais reputados especialistas portugueses no Direito Europeu do Desporto, mas a lei não deixa dúvidas: “(...) em competições desportivas com sede no território nacional só podem, no caso de modalidades individuais, ser atribuídos títulos a cidadãos nacionais”. O regulamento da FPAK, sendo omisso quanto à conquista do título por parte de um estrangeiro, sugeria-o como possível - “Concorrentes detentores de licenças estrangeiras poderão ser admitidos e poderão pontuar na classificação”, lê-se nas Prescrições Gerais de Automobilismo e Karting -, mas a lei nacional sobrepõe-se.