Foi dos melhores basquetebolistas de sempre, retirou-se em 2016 e já ganhou um Óscar. A O JOGO falou da paixão pelo futebol
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Recebeu um Óscar no início do mês, o que lhe valeu uma rara ovação por parte dos jornalistas, e agradeceu com um discurso desconcertante. "Sempre me disseram que a expectativa, em relação a um jogador de basquetebol, é a de que jogue, que é tudo o que sabe fazer. Quando terminei a carreira disse que gostaria de contar histórias. Aqui está. Provei que consigo fazer mais do que driblar e atirar", discursou Kobe Bryant, que é realmente mais do que um jogador, embora os seus cinco anéis da NBA e dois títulos olímpicos provem que não foi um jogador qualquer. Aos 39 anos, fala com alegria do tempo que viveu em Itália - entre os seis e os 13, período em que o pai, Joe Bryant, jogou em quatro equipas transalpinas - e a O JOGO comentou futebol de forma rara num norte-americano.
Que recorda dos anos que viveu na Europa?
Passei grandes momentos em Itália. Era muito jovem, mas aprendi sobre a vida, o desporto e a paixão dos italianos pelo futebol. Era um miúdo vindo dos "States", que não conhecia nada. Aprendi e cresci muito nesses anos. Ainda falo muitas vezes com as minhas filhas em italiano; aliás, parte do meu coração é italiano. Vivia com muitas crianças, apaixonei-me pelo desporto e pelo futebol. Comecei a seguir a Serie A, mas especialmente o AC Milan, porque lá jogava o Marco Van Basten. Adorava-o, que craque!
Chegou a jogar futebol?
Naturalmente, jogava à bola com os amigos; como já era um miúdo grande, punham-me na baliza. Não queria, só queria fazer golos como o Van Basten! Mas nunca perderei a paixão pelo futebol.
Continua a ver futebol?
Sigo, e vejo mais jogos agora do que durante os anos da minha carreira. Gosto da Premier League, da Serie A e da Liga espanhola. Sigo o Pep em Inglaterra, onde está a fazer uma temporada enorme; ele pode ganhar o título inglês e a Liga dos Campeões. Mas sigo também o novo AC Milan, que está a ficar mais competitivo. Claro que vejo jogos do Barça, é quase obrigatório [sorri]! É interessante ver como as equipas de topo estão a elevar o nível de jogo nesta altura do ano. Como o Real Madrid, por exemplo. Toda a gente pensava que estavam fora da corrida a títulos depois de meses complicados, mas ainda estão na Champions League e podem chegar à terceira seguida. As grandes equipas e os grandes campeões regressam sempre ao seu melhor.
Você é sobretudo conhecido como fã do Barcelona...
Gosto do Barça por causa do meu amigo Ronaldinho e do genial Leo Messi. Eles jogam a um nível excecional há quase dez anos; adoro vê-los. Quando o Ronnie jogava, ficava louco em frente à televisão. Que artista, que génio! É o tipo de jogador que me faz amar o futebol. Ao falar dele, recordo logo algumas jogadas [faz gestos com as mãos]. O Leo também é um artista, ganhou quase tudo, só lhe falta um título com a seleção, um Mundial. Esses futebolistas marcam a história. Quando vejo os blaugrana, dou comigo aos saltos no sofá. O futebol dá emoções como poucos desportos. É espetacular, falo a sério!
Sendo amigo e adepto do Leo Messi, o que pensa do Cristiano Ronaldo?
É evidente que gosto mais do Leo, mas sou fã de futebol, por isso gosto de ver grandes futebolistas, como é o CR7. Tenho um imenso respeito pelo Cristiano e pela grande carreira que está a fazer. Ele tem muito talento, mas também é um trabalhador e ambicioso nato; é um exemplo para milhões de pessoas. Ele quer ganhar, sempre!
Admira-o por isso?
Acho extraordinário o que fez até agora, ganhar todas essas Ligas dos Campeões, todas esses títulos nacionais, mas também o Euro"2016. Sentia-se que ele queria empurrar, queria levar Portugal até ao teto da Europa e do mundo. Isso é muito lindo.
Então viu essa final?...
... Quando ele chorou depois do apito final, nesse jogo com a França, fiquei muito feliz por ele. Que grande campeão! Ele coloca a alma e o corpo no campo e só aceita a vitória. É um enorme competidor, um campeão extraordinário. Já joga há muitos anos a esse nível, é um grande atleta e uns dos melhores jogadores da história do futebol. Tenho a certeza absoluta.