Juventude de Viana faz contas à vida: "Não há outra forma que não seja reduzir"

Juventude de Viana era 11.º no campeonato na altura da paragem
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Rui Natário, presidente da Juventude de Viana, tem analizado as suas empresas e o clube que dirige. Sabe que vai cortar, mas foca-se no objetivo de "lutar pelo play-off"
"As contas finais não foram feitas", adianta Rui Natário, presidente da Juventude de Viana, que tem "a equipa principal a treinar desde dia 18", ainda que "nada se saiba quanto ao futuro". "A equipa sénior treina, a formação só em setembro, se der. Só esperamos que não venha uma segunda vaga", realça o dirigente, também empresário e a sentir o impacto do confinamento nos negócios, que lhe permitem apoiar um dos clubes mais representativos de Viana do Castelo.
Com os apoios autárquicos em stand-by, já que, "devido à pandemia, os protocolos ficaram suspensos", o Viana terá "uma quebra certa na publicidade", mas "falar com patrocinadores só mais para a frente."
"O orçamento, entre 170 e 200 mil euros, terá de baixar entre 15 e 20 por cento, para podermos cumprir com todos. Não há outra forma que não seja reduzir", revelou Rui Natário, adiantando: "Somos de um meio pequeno, com pouca indústria, mais apoiado no comércio e este sofreu muito. Temos de dar algum tempo para olhar o futuro."
Com a receita a cair, a equipa sénior teve de sofrer cortes, enquanto outras obrigações se mantêm, como o aluguer do Pavilhão José Natário (equipa sénior) e Meadela (formação), que representam um encargo "de sete a dez mil euros anuais." A perspetiva de poder retomar a competição sem público pesará também nas contas do clube: "O pavilhão leva 1600 pessoas e a bilheteira representará uns 10 por cento da receita. Sem público, perde-se a emoção. Não é o mesmo desporto", lembra o presidente, que revela ainda ter de mexer na formação, que o clube tem há três épocas (só não possui sub-17 e sub-23). Dos cerca de cem praticantes, o Viana "terá de reduzir escalões, por falta de espaço". Já para a equipa sénior, Rui Natário tem objetivos definidos: "Queremos lutar pelo play-off e queremos disputar a nova Taça."
"Acredito que o Estado colabore"
"Os clubes precisam de ajudas" e se pudessem "gastar menos com as taxas federativas seria bom." Para já, afirma Rui Natário, "nada há de concreto". Existe ainda a dúvida sobre as taxas de policiamento, em que o Ministério da Administração Interna tem uma palavra a dizer: "O Estado devia ter consciência que reduzir estes valores seria importante e estou convencido que vai colaborar." Para já, na hora de definir o plantel (dois reforços: Pedro Batista e Diogo Casanova), "as taxas de transferência ficaram mais caras, porque o valor é indexado ao ordenado mínimo e este passou de 600 para 635 euros."
