Ana Hormingo lembrou que Jorge Fonseca trabalha afincadamente para continuar com o dorsal vermelho, de campeão do mundo
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A selecionadora portuguesa de judo, Ana Hormigo, reconheceu esta terça-feira que a atenção nos Mundiais de Tashkent vai estar no bicampeão mundial Jorge Fonseca (-100 kg), numa seleção em que é preciso "sorte" para os menos favoritos.
"O Jorge é um atleta, com o seu mérito, bicampeão do mundo, ele vai sempre na expectativa, digamos que é a prova do Jorge, os olhos vão estar sempre postos nele, é um atleta bastante estudado, isso é incontornável, de topo mundial, é normal que toda a gente esteja à espera de um excelente resultado", disse Ana Hormigo, em declarações à agência Lusa.
A treinadora lembrou que Jorge Fonseca trabalha afincadamente para continuar com o dorsal vermelho, de campeão do mundo, numa seleção em que, a par, de Catarina Costa, é o único cabeça de série nos Mundiais no Uzbequistão, entre quinta-feira e 13 de outubro.
Em femininos, com quatro judocas lusas em competição, Catarina Costa é a mais bem colocada, com a atleta da Académica, vice-campeã europeia, a ser a quarta do ranking em -48 kg e a segunda favorita em Tashkent, atrás da francesa Shirine Boukli.
"À partida terá um sorteio mais favorável, mas já sabemos como é num Mundial, mesmo sendo cabeça de série, mesmo número dois, poderá estar nos quartos de final com uma atleta dentro das cabeças de série", alertou a selecionadora.
Hormigo compreende que será o sorteio a ditar muito do caminho das judocas, com Bárbara Timo a precisar de rodagem, depois da mudança de categoria, de -70 kg para -63 kg, e Joana Diogo (-52 kg) e Rochele Nunes (+78 kg) à mercê de alguma sorte.
"Tanto a Joana Diogo, como a Bárbara [Timo] e a Rochele [Nunes] acabam por estar ali um pouco à sorte do sorteio, podem calhar com a número um, como outra qualquer, o que ditará mais será o sorteio", justificou.
Em relação a Bárbara Timo, vice-campeã mundial em 2019, a situação é semelhante à de Anri Egutidze, bronze em 2021, que também mudou de categoria, dos -81 aos -90 kg e a precisar de experimentar os novos adversários, em contexto de competição.
"Tiveram a oportunidade, nestes treinos internacionais, de competir com adversários diretos, de treinar com eles, mas a verdade é que depois em competição é totalmente diferente, é isso que eles ainda precisam, principalmente estes dois atletas, que mudaram de categoria, precisam muito de ter esta experiência na competição", assinalou.
Para a treinadora há a apontar também a situação de Rochele Nunes (+78 kg), o peso pesado do judo feminino português, que está de regresso aos tatamis depois de quase um ano de inatividade, com uma rotura no ligamento cruzado de um joelho.
"A Rochele fisicamente está bem, está pronta, ela vem de uma lesão do cruzado anterior, nós sabemos que em todos os desportos tem de se ter muita cautela, ela teve uma boa recuperação, está bem fisicamente, e agora é ter confiança naquele joelho, porque ela está bem, só precisa mesmo de entrar no ritmo, e entrar nesta corrida", sublinhou a treinadora.
Rochele Nunes regressou às competições internacionais em setembro no Open Europeu de Riccione, em Itália, terminando em quinto lugar.
"Foram quase 11 meses fora das competições, claro que ainda com um pouco de receio, mas esperemos que ela agora no campeonato do mundo já esteja mais apta do que se apresentou em Itália, onde acabou por ficar em quinto, ficou ali à porta das medalhas, mas acreditamos que ela tem evoluído de semana para semana, e é isso o expectável", acrescentou.
Em Tashkent, Portugal terá ainda Rodrigo Lopes (-60 kg) e João Fernando (-81 kg), num momento em que procuram capitalizar pontos na corrida ao apuramento para os Jogos Olímpicos Paris2024, cuja qualificação arrancou a meio do ano, ainda a contar 50%.