Professor de Educação Física vai manter-se na estrutura da federação. Um problema de saúde e um contexto de "marido, pai, avô, professor e treinador" levaram à decisão, "pacífica", segundo José Barros assegurou a O JOGO.
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José Barros, 62 anos, ligado à modalidade desde 1973, já não é diretor técnico da Federação Portuguesa de Atletismo, mas vai manter-se na estrutura, no exercício de outras funções. O técnico explicou a O JOGO os motivos que levaram a esta alteração. "Desde o momento em que fui convidado estive sempre ao lado desta equipa diretiva, entretanto tive um problema de saúde e esperaram até que tivesse ordem para poder exercer funções", contou.
"Depois, este ano quase não estive em casa, tive muito pouca disponibilidade para estar com a família, tenho o trabalho e a grande paixão pelo treino que continuou. Não era possível fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Tudo isto levou-me a demonstrar à direção da Federação Portuguesa de Atletismo que não estava capaz de exercer o cargo, de fazer várias coisas ao mesmo tempo", continuou Barros, recordando o contexto de "marido, pai, avô, professor e treinador com um grupo cada vez mais exigente".
"Com muita pena, não fui bater com a porta, foi o não ser capaz de exercer as funções. Passarei a colaborar como treinador formador e, quando me pedirem opinião, lá estarei", fez questão de sublinhar a O JOGO José Barros, natural de Angola, que viveu muitos anos no Porto, mas agora reside na Maia. "Tenho uma relação de respeito hierárquico absoluto, as pessoas perceberam como estava, para mim é muito mais acessível estar só no treino", estimou.
"Segundo estudos internacionais, são precisas 10 mil horas de treino para se chegar aos mais altos patamares", disse ainda José Barros, demarcando-se de qualquer responsabilidade nos recentes êxitos mundiais de Isaac Nader e Pedro Pichardo. "Fui DTN entre 2007 e 2012 e voltei em 2024, portanto não tenho mão nessas conquistas", reconheceu.
Elogios do vice-presidente para o alto rendimento
Rui Azevedo Ferreira, vice-presidente para o alto rendimento e Seleções Nacionais, natural de Vizela, confirmou a mudança. "Quando iniciamos este processo de candidatura, o professor José Barros foi a única pessoa em que pensamos para o cargo de DTN, pretendíamos que fosse no mínimo para quatro anos, mas, tendo-nos transmitido a sua incapacidade, compreendemos e continuará ligado à estrutura. Não é um adeus, é um reformular de funções porque sempre lhe reconhecemos grande profissionalismo por uma via muita pedagógica", afirmou. "A colaboração dele tem tal importância que teve papel preponderante que na escolha do substituto", adiantou também, revelando que "em breve será conhecido".