
Jorge Braz
FPF
Declarações após o jogo particular Portugal-Eslovénia (2-4), de preparação para o Europeu de futsal, disputado esta quarta-feira em Braga
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Jorge Braz (selecionador de Portugal): "Entrámos com muita vontade de atacar e, já dizia o meu avô, quando vamos com demasiada sede ao pote cometemos erros. Esquecemos o que era as primeira e segunda bolas deles, eles jogam muito diretos e mantêm-se equilibrados. Sabíamos disso perfeitamente, que teríamos que ter calma, mas não, fomos logo com essa vontade e a facilitar nas costas. Na primeira vez que lá foram, fizeram o primeiro golo, no segundo erro que cometemos, quase fizeram o segundo, mas, a seguir num erro na nossa construção, deu o 2-0. Depois, foi andar atrás. Ao intervalo, serenámos os jogadores, mas logo que se começa a segunda parte surge o 3-0, num erro exatamente igual ao da primeira, e torna-se difícil. Depois, com o 4-0, disse para parar, para nos metermos no nosso jogo, para pensar só no nosso processo, fizemos dois golos e, agora no fim, até podíamos ter marcado mais, mas foi uma aprendizagem. Eu disse várias vezes no banco: estes jogos, a perder por 2-0, ganham-se a defender, não é a atacar, porque aí, vamos acabar por ter oportunidades. Ganha-se a não dar mais nada, com rigor, mas em duas ou três vezes deixámos outra vez ganharem-nos as costas e fazerem golo.
Estas derrotas têm sempre um impacto emocional maior em relação aos erros, as vitórias escondem erros que também se cometem, mas não os identificamos. Espero bem que nos lembremos muito bem destes erros até à próxima vez que nos juntarmos.
Preocupado? Muito chateado hoje, mas isto é um processo, o problema é que temos que esperar um mês e tal [para voltarmos a estar juntos], mas também matutam mais tempo sobre este jogo. Temos que nos levantar. Fomos campeões da Europa em 2022, depois de levarmos 6-0 da Espanha, temos que perceber como isto nos ajuda a crescer, para não cometer estes erros processuais.
Os erros deles são sempre culpa minha, é o que eu não fiz para eles falharem. A eles, cobro-os eu, Portugal cobra-me a mim".

Afonso Jesus (jogador de Portugal): "As seleções estão a crescer e nós temos que desconfiar de tudo, são 40 minutos, houve períodos muito bons da nossa parte, conseguimos meter as nossas ideias e o nosso jogo, mas um ou dois minutos de distração, com a qualidade que as seleções começam a apresentar, podem ser suficientes para as coisas nos correrem mal. Felizmente, hoje foi um jogo de preparação e vamos trabalhar para corrigir e melhorar para o que aí vem. Nós até falámos que o jogo de ontem [terça-feira, vitória por 3-1 de Portugal] foi muito complicado, em que não conseguimos pôr as nossas ideias em prática. Hoje, para ser sincero, conseguimos pôr mais em prática aquilo que é Portugal, mas os momentos de distração custaram-nos caro. As equipas vêm preparadas com coisas muito específicas contra Portugal e se nós não estivermos ao nosso melhor nível, acontece isto. Somos uma seleção muito madura, com muita humildade e com muita vontade de vencer, que vai olhar para este resultado como forma de aprendizagem, para crescer e melhorar".

