Johann Zarco é o primeiro francês a ganhar MotoGP em casa 71 anos depois
Corpo do artigo
O piloto francês Johann Zarco (Honda) venceu hoje o Grande Prémio de França de MotoGP, sexta ronda da temporada, tornando-se o primeiro francês a ganhar em casa desde 1954, numa prova em que Miguel Oliveira (Yamaha) desistiu.
Zarco, que largou do 11.º lugar da grelha, gastou 45.47,541 minutos para cumprir as 26 voltas (menos uma do que o inicialmente previsto), com 19,907 segundos de vantagem sobre o espanhol Marc Márquez (Ducati), segundo, e 26,532 face ao também espanhol Fermin Aldeguer (Ducati), terceiro.
“Ainda não percebi o que está a acontecer. As últimas voltas foram muito longas. Vou precisar de muito tempo”, disse Zarco, o primeiro gaulês desde Pierre Monneret, em 1954, a vencer o GP caseiro.
Esta foi a segunda vitória de Zarco no Mundial, depois de ter vencido o GP da Austrália de 2023.
“É mágico. Nunca pensei que isto pudesse acontecer. Depois da chuva, fui eu que fiquei em vantagem”, notou.
Quando os pilotos arrancaram para a volta de aquecimento, começou a chover com intensidade, o que levou todos a entrarem nas 'boxes' para trocarem por motas com pneus de chuva montados.
O arranque foi, assim, atrasado, para todos poderem regressar às suas posições na grelha.
Na segunda volta de aquecimento, 12 pilotos, entre os quais os espanhóis Marc Márquez, Alex Márquez (Ducati) e o francês Fabio Quartararo (Yamaha), voltaram a entrar nas 'boxes' para recuperar a mota com pneus de piso seco. O português Miguel Oliveira, que regressou à competição após três provas de paragem devido a lesão, foi um dos que manteve os pneus de chuva.
Em boa hora o fez porque, após o arranque, gerou-se mais confusão: o italiano Francesco Bagnaia (Ducati) foi ao chão, juntamente com o espanhol Joan Mir (Honda).
Fruto de uma alteração recente dos regulamentos, precisamente para acautelar este tipo de situações, os 12 pilotos foram penalizados com duas voltas longas.
Fabio Quartararo foi dos primeiros a cumprir o castigo, mas acabaria por cair na curva 14, quando a chuva começou a manifestar-se novamente. Miguel Oliveira, que largara do 20.º lugar, era, nessa altura, 14.º.
Com as sucessivas paragens, o piloto português viu-se no segundo lugar, apenas atrás de Johann Zarco, mas com o líder do campeonato, Marc Márquez, no encalço.
As três provas de ausência limitaram a forma física de Oliveira, que foi perdendo posições à medida que as voltas passavam. A seis voltas do final, estava ainda no sétimo lugar, mas acabaria por cair na fatídica curva 14, quando a traseira da sua Yamaha derrapou.
Ao chão foi, também, Alex Márquez, por duas vezes.
Zarco manteve um ritmo diabólico, fazendo aumentar a distância para o segundo classificado para números nunca vistos na era da MotoGP.
“Foi uma corrida louca, sobretudo a primeira parte. Com estas regras, é muito mais claro para todos. Quando vi o meu irmão a entrar [nas 'boxes'], decidi segui-lo”, frisou Marc Márquez.
Este foi o primeiro triunfo de uma Honda desde o GP da Austrália de 2023 e serviu para impedir que a Ducati se tornasse no construtor com mais vitórias consecutivas. Se um piloto da marca italiana tivesse vencido hoje, seria a 23.ª consecutiva.
Já Marc Márquez isolou-se no segundo lugar dos pilotos com mais pódios conquistados (115), deixando, para trás, o espanhol Jorge Lorenzo. O italiano Valentino Rossi lidera, com 199.
Nota ainda para o primeiro pódio do estreante espanhol Fermin Aldeguer (Ducati) na categoria rainha.
Com os resultados de hoje, Marc Márquez passou de dois para 22 pontos de vantagem no Mundial, tendo agora 171, contra os 149 do irmão Alex, segundo classificado. Francesco Bagnaia (Ducati) é terceiro, com 120.
Miguel Oliveira baixou duas posições na geral e é 23.º, com dois pontos.
Segue-se o GP do Reino Unido, de 23 a 25 de maio.