João Sousa: "Não há maior privilégio do que estar presente nos Jogos"

João Sousa, o melhor tenista português de sempre, defendeu que vai ser um privilégio representar Portugal nos Jogos Olímpicos e que estar no Rio2016 será um grande momento na sua carreira. "É um objetivo que tínhamos desde 2014 e, portanto, tanto eu como o [treinador] Frederico [Marques] estamos muito contentes por poder representar Portugal nos Jogos Olímpicos, nos nossos primeiros Jogos Olímpicos. É um motivo de orgulho e é um privilégio poder estar presente. É uma ótima notícia para mim e para a minha carreira. Espero que nada de mau aconteça até lá para poder jogar", disse esta quinta-feira à margem de um evento de um dos seus patrocinadores, que decorreu no Lisboa Racket Centre.

Sousa, que com a atualização do ranking na segunda-feira verá confirmada a sua presença no Rio2016, assumiu não compreender a opção de alguns desportistas, nomeadamente dos seus 'parceiros', de não incluírem os Jogos Olímpicos no seu calendário, uma vez que não há pontos ou prémios monetários envolvidos. "Eu acho que não há maior privilégio do que estar presente nos Jogos Olímpicos, que é a competição mais emblemática e a maior do mundo, em termos de todos os desportos. Para mim, pelo menos, é um motivo de satisfação poder representar Portugal nos Jogos Olímpicos", completou.

Numa das suas raras visitas a casa, o 29.º jogador mundial, que está radicado em Barcelona, fez um balanço de uma temporada com "alguns altos e baixos". "Penso que a época tem corrido bastante bem. Salvo erro, já fiz mais pontos este ano do que no ano passado. Mas sinceramente não ligo aos pontos e ao 'ranking', ou melhor, ligo porque quero estar no topo. O que realmente importa é o nível de jogo e penso que nas últimas semanas tenho vindo a jogar a um nível altíssimo. Estou muito contente com esse nível", resumiu.

No horizonte próximo do vimaranense está a temporada de relva, uma superfície 'reservada' para os meses de junho e julho, que não o assusta.

"Sou um jogador que se adapta bastante bem às condições de jogo, acho que jogo bastante bem em relva. Vamos ver como corre. É importante prepararmo-nos da melhor maneira para adaptar o jogo às condições, mas eu acredito que posso jogar a um excelente nível. No ano passado, na relva, tive uma temporada duríssima. Os meus adversários foram todos muito difíceis, mas o ténis é mesmo assim", reconheceu.

Sousa optou por iniciar as 'hostilidades' em relva apenas em Halle, prescindindo de jogar na próxima semana. "Esta série de torneios foi de muitas semanas seguidas e tanto eu como o Frederico optámos por descansar mais do que uma semana para preparar a temporada de relva, se não íamos ter pouco tempo para isso", explicou.

Com Wimbledon já ao virar da esquina, o melhor tenista português de sempre (atingiu a 28.ª posição do 'ranking' mundial) não resistiu a brincar quando questionado sobre se preferia evitar o britânico Andy Murray, que defrontou por quatro vezes em Grand Slams, no torneio londrino. "O Murray... já estou um bocadinho farto de o ver. Independentemente do adversário que me calhar em sorteio, vou dar o meu melhor para tentar vencer. Fiz um excelente encontro contra o Rafa [Nadal] em Madrid, no Open da Austrália fiz um bom encontro frente ao Murray. Sinto-me a jogar a um bom nível", assegurou.