João José e o triunfo sobre a Colômbia: "A pressão é daquelas coisas inexplicáveis..."
Jogo da última jornada da fase de grupos foi decidido na negra (triunfo por 3-2 depois de estar a perder 0-2), com Portugal a esperar agora uma vitória dos Estados Unidos para passar aos oitavos de final do Mundial de voleibol. Declarações do selecionador João José:
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Pressão: "A pressão é daquelas coisas inexplicáveis, esteve muito presente durante toda a competição, mas faz parte. Hoje mais uma vez. Já sabíamos disso. Já sabíamos que se viéssemos para o jogo de hoje com a oportunidade de passar à próxima fase a pressão ia aparecer e apareceu. Tornou o jogo difícil, mas penso que o facto de os atletas perceberem que isso iria acontecer também ajudou a que no terceiro set, de forma consciente do que estava a acontecer, desligássemos um bocadinho daquilo que poderia acontecer e aquilo que efetivamente poderíamos fazer durante o jogo, ou seja, as coisas que não controlamos e as que controlamos. Nunca se sabe muito bem quando dá aquele clique, eles libertaram-se e depois o jogo foi progressivamente evoluindo."
Portugal deu dois sets de avanço? "Portugal soube superar-se. É preciso perceber que viemos com as expectativas bem realistas. Queríamos ir para a fase seguinte, mas sabíamos que era extremamente difícil. O que eles fizeram foi superar-se. Conseguiram entrar bem no primeiro jogo, que é sempre difícil entrar, com uma equipa que fisicamente, o ranking prova isso, é superior a nós. No segundo jogo não aguentámos bem a pressão, os Estados Unidos tiveram de jogar. Não houve um demérito nosso. Vieram para cima de nós, jogaram e nós não conseguimos. E hoje tivemos de aguentar a pressão e superar-nos. Era um jogo difícil, a Colômbia não tinha nada a perder, jogou solta, fez se calhar o melhor jogo da competição porque estava livre da pressão e nós tivemos de reagir. Claro que um 3-0 era melhor, estes dois sets vão fazer falta, no jogo de ontem fazia falta meter um set, claro que sim, mas o objetivo era estar na condição de conseguir passar, estamos na condição de conseguir passar. Se tivéssemos garantido, melhor ainda. Temos de aguardar."
Portugal precisa da ajuda dos Estados Unidos. Vai ver o jogo? "Claro. Vamos ver o encontro, fazer contas e torcer pelos Estados Unidos."
Tiago Violas ajudou com a sua entrada a meio do jogo: "Nós temos um sete que inicia o jogo, que à partida contamos e achamos que são os melhores para iniciar o jogo. Se eles mantiverem [ok], se não, depois alguém tem de entrar, e ninguém entra numa situação fácil. Normalmente quando se entra é porque a situação está difícil e têm de estar preparados. É um grupo que está aberto a isso. Nunca é fácil ficar de fora, nem temos de aceitar ficar de fora, mas temos de aceitar o nosso papel de contribuir para o grupo. E claramente eles assumiram esse papel durante toda a competição, mesmo durante a Golden League que tínhamos feito. O Tiago [Violas] é alguém que ajuda sempre o grupo, alguém que está sempre disponível, alguém em quem a gente confia. De igual forma que confiamos nos que estavam dentro. Não deixamos de confiar nos que saíram, mas confiamos muito também no que os que estão de fora podem fazer."