Filhos de Mónica Gama são duas das maiores esperanças num setor desamparado e sentem-se bem no Benfica.
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João Amaro começou por jogar futebol e Pedro andou na natação, mas os genes falaram mais alto. Sendo filhos de Mónica Gama, uma das mais cotadas fundistas portuguesas - esteve na equipa campeã mundial de corta-mato em 1994 -, os gémeos não resistiram ao apelo das corridas e já são, aos 20 anos e depois de terem reforçado o Benfica, das maiores promessas portuguesas para as longas distâncias. Na noite de domingo, Pedro surpreendeu uma poderosa equipa do Sporting e conquistou a S. Silvestre do Porto, com João a ficar em sexto.
"A S. Silvestre foi importante para dar algum prestígio. Foi das melhores provas que fiz, não a melhor", diz o desembaraçado Pedro Amaro, que tem "o sonho de todos os que aqui andam, ir aos Jogos Olímpicos". A disciplina não lhe deixa dúvidas, "os 10 mil metros, que as minhas melhores marcas são no fundo". E as suas próximas metas são na área, querendo "ajudar o clube na Taça dos Campeões Europeus de corta-mato e na pista coberta, nos 3000 m".
Os gémeos iniciaram-se no atletismo correndo pelo principal clube matosinhense, o Lavra, onde João Campos os descobriu, vendo neles "dois fundistas como a mãe". Os resultados ainda não impressionavam, mas os Amaro acompanharam o técnico para o Póvoa, depois para o Águeda, e esta época para o Benfica, ao qual Campos voltou, para coordenar o meio-fundo e fundo. Para o clube da Luz, os jovens serão apostas a longo prazo. "Estar no Benfica faz uma grande diferença. O clube dá muito apoio e estou a gostar", diz Pedro Amaro, também satisfeito com a mudança.
"É o terceiro ano que os treino e têm uma qualidade extraordinária. Têm um grande caminho até ao alto rendimento e podem ser exemplos. São muito tranquilos, rigorosamente iguais à mãe na forma de estar", revela João Campos, o técnico que fez os Amaro darem o salto de qualidade.
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