João Almeida: "Com o vento de frente, talvez Marc Soler me tenha feito falta"
Espanhol da UAE Emirates venceu a etapa 14 da Vuelta. Português foi terceiro
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O ciclista espanhol Marc Soler (UAE Emirates) escapou para a vitória na 14.ª etapa da Volta a Espanha, e “talvez” tenha feito falta a João Almeida, que perdeu novo confronto direto com o dinamarquês Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike).
Soler, de 31 anos, cumpriu os 135,9 quilómetros entre Avilés e La Farrapona em 3:48.22 horas, 39 segundos mais rápido do que Vingegaard, líder da geral e que bateu João Almeida pelo segundo lugar na etapa, ganhando-lhe dois segundos após o luso ter vencido na 13.ª tirada no primeiro ‘mano a mano’ entre os dois homens mais fortes em prova.
Nas contas da geral, os dois segundos de bonificação permitem a Vingegaard recuperar tempo, seguindo Almeida em segundo, a 48 segundos, com o britânico Tom Pidcock (Q36.5) em terceiro, a 2.38 minutos.
A história do vencedor do dia conta-se por uma mudança de planos, como admitiu quer o português, quer o próprio Soler, que voltou a vencer na Vuelta cinco anos depois e, hoje, deu a sétima vitória, em 14 possíveis, à UAE Emirates.
O antigo chefe de fila da Movistar, aqui tido como gregário de luxo mas também de olho em oportunidades de fuga, deixou para trás o último dos seus perseguidores, num dia entregue à fuga, com muitos a tentarem, incluindo Ivo Oliveira (UAE Emirates), ao chegar a La Farrapona, subida de primeira categoria que pôs fim à tirada. O espanhol manteve a distância para os restantes e para um grupo de favoritos cada vez mais reduzido, depois do trabalho do australiano Jay Vine e de Juan Ayuso, muito criticado pela falta de apoio, em prol de João Almeida.
Como no dia anterior, os dois mais fortes voltaram a encarar-se na meta, de olho nas bonificações, mas desta feita foi o dinamarquês a levar a melhor, depois do primeiro triunfo de Almeida, no mítico Angliru. “O plano não era ter o Marc na fuga, mas decidimos que seria boa ideia. Com o vento de frente, talvez depois ele me tenha feito falta. Mas não temos nada a perder, tentámos ir pela vitória, demos o melhor. [Vingegaard] É superforte. Já fico feliz que tenha conseguido seguir na roda dele”, admitiu o português.
Almeida foi muito apoiado ao longo da tirada, com dezenas de adeptos com bandeiras portuguesas, uma das paisagens habituais ao longo da tirada, assim como bandeiras da Palestina, num dia em que os manifestantes interromperam, brevemente, o percurso anterior à partida real.
Soler, de 31 anos, consegue vencer pela quarta vez na Vuelta e esta, depois de cinco anos à espera, aconteceu num “dia muito esperado”. “A ideia era outra, mas saiu [Victor] Campenaerts e segui-o”, admitiu.
Ainda assim, o líder da UAE Emirates cimentou o segundo lugar, com Tom Pidcock a perder tempo, e parece cada vez mais claro que o duelo entre os dois primeiros vai continuar até final.
Ivo Oliveira, o outro luso em prova, segue no 120.º lugar da geral, tendo hoje estado interventivo no trabalho em prol do líder.
No domingo, a 15.ª etapa da Vuelta liga A Veiga a Monforte de Lemos, com 167,8 quilómetros cronometrados, antes do último dia de descanso da corrida, na segunda-feira.