João Almeida após brilhar no Tour do Futuro: "Quero ser voltista e ganhar corridas"
João Almeida, que na Volta a França do Futuro superou expectativas, quer suplantar a lacuna que Portugal tem em provas de 21 dias
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Da serra de Montejunto para o mundo: o ciclista caldense João Almeida, que até diz ter chegado tarde às lides, já que só começou a pedalar seriamente aos 13 anos, teve uma época de ouro. Venceu a Liège-Bastogne-Liège, foi segundo no Giro sub-23 e sétimo na Volta a França do Futuro. Tem contrato com a equipa de sub-23 pro-continental Hagens Berman Axeon até final de 2019. Depois, diz a O JOGO que a meta é World Tour e neste ganhar corridas.
Tinha dito que um décimo lugar no Tour do Futuro seria positivo. E o sétimo que alcançou?
-Fiquei muito satisfeito pelo resultado. Foi um grande desempenho. Consegui ser regular a época toda. O ano passado tive uma queda que impediu que o conseguisse.
No Giro, saltou de sexto para segundo com o contrarrelógio. Faltou essa especialidade no Tour?
-É sempre complicado dizer, mas penso que o top 5 era possível [ficou a 39 segundos]. Sou um trepador, mas consigo tirar um minuto aos homens da geral num crono que aconteça nos últimos dias. Perco para especialistas, porém, ajuda-me sempre a fazer uma boa classificação.
Assume, portanto, que a meta é correr para ganhar em provas de três semanas?
-Sim, quero ser voltista e ganhar corridas. Ainda sou novo, tenho de evoluir, mas sempre gostei do contrarrelógio. Consigo manter a capacidade na montanha, principalmente nas subidas mais longas. Melhoro com os dias da corrida, mas também sei que basta um dia mau para estragar tudo.
Na Volta a França do Futuro, de portugueses, só o Rui Costa fez melhor [segundo em 2008]...
-É uma comparação que me dá confiança e felicidade.
Para 2019 já há planos?
-Vou cumprir o mesmo calendário. Liège, Giro e Tour são para competir. Quero ser regular e fazer igual ou melhor.
Os resultados são inequívocos. Sente o crescente mediatismo à sua volta?
-Desde que ganhei a Liège-Bastogne Liège [clássica na Bélgica] que sei que os olhos estão em mim. Tenho mostrado regularidade. Tenho contrato em 2019 com a Axeon, depois penso ser possível chegar ao World Tour.
Tem preferência quanto à equipa?
-Gostaria de correr na Sky e o meu ídolo é o Chris Froome.
Cruzando-se com Froome numa etapa o que faria?
-Marcava-lhe a roda [risos]. Seria um privilégio, está num nível máximo. Uma honra tão grande como estar com os ciclistas portugueses que estão no World Tour. Abriram as portas aos mais jovens e têm muita qualidade.