Jéssica Rodrigues é esperança para ir aos Jogos Olímpicos de Inverno a um ano de distância
Milano-Cortina'2026 arranca dentro de 365 dias e a jovem madeirense, na patinagem do gelo desde 2021 e com resultados sem precedentes, vai lutar pelo apuramento até lá.
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Os Jogos Olímpicos de Inverno estão a um ano exato de distância e Portugal tem aspirações de marcar presença, depois de ter levado três atletas a Pequim’2022. Para Milano-Cortina’2026, a patinadora Jéssica Rodrigues, de 18 anos, é uma das principais esperanças lusas, depois do seu sexto posto nos Jogos Olímpicos da Juventude e do melhor resultado de sempre numa Taça do Mundo júnior, em dezembro passado (quarta).
“Sinto-me ansiosa. É um sonho e quero muito ir aos Jogos Olímpicos”, diz a O JOGO a madeirense, diretamente de Itália, onde, a partir de amanhã, participa no Campeonato do Mundo júnior. A qualificação olímpica arranca em setembro, no início da época 2025/26.
“Tenho de conseguir fazer tempos para as Taças do Mundo seniores e tentar qualificar-me para a divisão A das seniores. Aí, consigo estar apurada para os Jogos”, explicou, alertando que o sexto posto de Gangwon’2024 é pouco representativo das suas possibilidades. “Nas seniores é mais complicado, as raparigas andam muito mais, mas é um objetivo e os objetivos não podem ser fáceis”, atira a jovem, que tem preferência por distâncias mais longas. “Sou mais fundista do que velocista, ou seja, dou-me melhor em Mass Start, nos 3000 metros...”, acrescenta.
Aos quatro anos, quando os pais quiseram que a filha deixasse de ser uma criança envergonhada, Jéssica Rodrigues começou na patinagem de rodas, estreando-se no gelo em 2021. “Era um sonho do meu treinador. No primeiro estágio já consegui fazer tempos para as Taças do Mundo e agora estou aqui. Prefiro as rodas. O gelo exige muito mais da nossa condição física, e mesmo até da técnica, é muito mais preciso”, considera, reconhecendo a estranheza de ser atleta dos Desportos de Inverno em Portugal. Por norma, os estágios realizam-se nos Países Baixos. “Temos de sair para fazer estágios ou competições, porque não temos pistas de gelo. Mas é sempre bom representar o país, seja onde for”, finaliza.