Ivo Casas não esquece antigo treinador: "Para nós, sempre será o professor Jardim"
Libero não esquece o antigo treinador do Benfica, agora diretor, e a O JOGO avalia a mudança positiva para o técnico brasileiro Marcel Matz. Seja como for, diz que Jardim não estava "acomodado"
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Ivo Casas está na quinta época de Benfica. Venceu o campeonato na primeira e na terceira, e espera que o número ímpar possa voltar a ser sinónimo de conquista. Diz a O JOGO que os detalhes decidiram o último título, confia que a prova volte a ser taco a taco e, apesar de ver efeitos benéficos na vinda de Marcel Matz, não deixa cair a admiração por José Jardim, que liderou o banco da águia durante 19 anos.
É um ano diferente, por ter novo treinador. Quais as diferenças entre Matz e Jardim?
- A escola brasileira é diferente da nossa. Sempre se treinou bem, mas há aspetos técnicos, táticas individuais e coletivas que são diferentes. O Marcel entrou bem, com os mesmos ideais de trabalho que já tínhamos. Mudou um bocadinho o estilo de jogo.
Era necessária uma mudança técnica?
-É difícil responder. As mudanças são boas ao longo do tempo. Evitam a acomodação, mas o professor Jardim, apesar do palmarés invejável [19 títulos, dos quais cinco campeonatos], queria sempre mais. Suspeitava-se que ficasse ligado ao clube.
Ele agora é diretor. Podem conversar sobre coisas diferentes?
-[risos] Antes já falávamos de tudo. Está bem dividida a função de treinador e do prof. Jardim. Ele continua dedicado ao clube, está todos os dias nos treinos, e é uma mais-valia.
E quem chega vê a ligação?
-Percebem que trabalhámos muitos anos. Para nós será sempre o professor Jardim. Não o tratamos por diretor.
O que faltou na final do ano passado?
-Detalhes e sorte. Tínhamos tudo para trazer o título, acontece uma lesão, vão dois serviços à rede... A decisão do campeonato resumiu-se a dois pontos.
Este ano venceram o Sporting duas vezes [Supertaça e campeonato]. É o Benfica o maior favorito ao título?
-É sempre bom ganhar ao maior adversário, mas não indica nada, há um caminho longo a percorrer. O investimento e a qualidade estão ao mesmo nível. Não é justo dizer que o Benfica é o maior candidato. Existem dois claros favoritos e não é por ganharmos a Supertaça que seremos campeões.
Em 2017, qual foi a reação quando souberam que o Sporting regressava?
-Estávamos cientes de que iam entrar com os objetivos de ganhar os títulos da época, que seria uma liga mais disputada e interessante. Gostamos de competitividade e o Sporting ajudou a promover o campeonato e a modalidade.