Iúri Gabriel Dantas Leitão, nascido a 3 de julho de 1998 e natural de Santa Marta de Portuzelo, em Viana do Castelo, é o vencedor do Prémio Carlos Machado em 2024, sucedendo a Rúben Amorim (2021), Sérgio Conceição (2022) e Fernando Gomes (2023), como Personalidade do Ano de O JOGO.
Corpo do artigo
Ainda nada mudou na seleção de pista?
-Nada mesmo. Esperemos que venha a mudar para melhor. Talvez seja uma questão de tempo.
Na federação existe a ideia de criar um contrato-programa próprio para a Seleção de Pista. Será uma solução?
-Essa ideia, se não me engano, partiu do nosso selecionador. Será muito mais organizado trabalhar dessa forma, tendo tudo bem definido. Com um contrato-programa saberíamos exatamente com o que contar e seria melhor para nós em termos financeiros, dando-nos alguma estabilidade.
O ciclismo de pista rende dinheiro?
-Só fazer ciclismo de pista, não. Se não fosse o Programa Olímpico, que é financiado pelo Governo através do IPDJ, não tínhamos qualquer tipo de financiamento. Estaríamos a competir de borla. Também não temos nada que pagar, como é lógico, mas ser ciclista de pista, mesmo na Seleção, não é vantajoso financeiramente.
Há mais interessados em fazer pista?
-Tal como a ida aos Jogos Olímpicos, tem sido um processo. Já nos últimos anos, com os resultados que fomos tendo, tem-se notado maior adesão, especialmente de jovens, que aparecem na pista mais vezes. Mas alguns ciclistas profissionais, que já fizeram pista, têm vontade de regressar. Acho que a tendência será para aumentar e espero no futuro ter uma pista sempre cheia, é disso que estamos a precisar.
E provavelmente também de encher as bancadas...
-Nas últimas provas as bancadas têm estado mais cheias. Sempre que mais ciclistas competem, especialmente os mais novos, trazem os pais, são famílias inteiras. E também imagino que a população local tenha mais vontade de ver quem são os atletas olímpicos que treinam e competem em Anadia.
O ouro olímpico valeu 31 mil euros a Iúri Leitão e Rui Oliveira, a prata mais 30 mil ao vianense, e a partir de agora a remuneração de ambos na pista será a bolsa de 1750 euros/mês.
“Vontade de repetir em LA’2028”
A equipa nacional de pista vai estar ainda mais forte nos Jogos de Los Angeles?
-É uma pergunta difícil. Se olharmos para trás, para o ciclo olímpico anterior, não nos conseguimos qualificar. E em quatro anos passamos de não qualificados a campeões olímpicos. Pode acontecer daqui a quatro anos estarmos mais fortes ainda, ou estarmos pior, nunca sabemos exatamente o que vai acontecer. Aquilo que todos nós, atletas da seleção, podemos prometer, é trabalho e dedicação. Esperemos que as nossas condições se mantenham e, especialmente, que melhorem. Mas não sabemos como estará o ciclismo daqui a quatro anos, nem os nossos adversários.
Os próximos Jogos serão uma das suas ambições?
-Claro que sim. Terei 30 anos, estarei ainda no auge da minha carreira. Se puder estar lá, no nível em que estive nestes Jogos e a discutir medalhas, estarei com toda a vontade de repetir o feito.