Iuri Leitão, campeão do Mundo: "Queríamos ser discretos, ir como que camuflados..."
Iúri Leitão, campeão mundial de omnium na pista de Glasgow, falou com tranquilidade a O JOGO, contando e explicando tudo ao detalhe
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Tinha acabado de fazer "um treininho" quando atendeu a chamada de O JOGO. Um dia depois de se ter sagrado campeão mundial de omnium, na pista do Velódromo Sir Chris Hoy, em Glasgow, Iúri Leitão revelou serenidade. "O primeiro sentimento foi de grande alívio", arrancou.
"Tive um longo período de trabalho e só estar aqui gera bastante tensão. Ser escolhido para representar Portugal numa das duas provas olímpicas que vamos ter nestes mundiais é um orgulho. Assumi a liderança na primeira prova, na segunda aumentei e a responsabilidade foi crescendo. Havia campeões do mundo, olímpicos e não se pode subestimar esse tipo de atletas. Quando terminámos e percebemos que a vitória era nossa, foi como tirar um peso das costas, um sentimento de dever cumprido, é que levar a bandeira de Portugal é algo de extrema responsabilidade", exaltou.
Assinou um dos maiores feitos de sempre do ciclismo português e, mesmo não tendo partido para a Escócia com a responsabilidade de ganhar, conseguiu-o. Agora quer os Jogos Olímpicos.
"Fiz tudo na preparação, estava em boa forma, sentia-me bem, mas podia estar na melhor forma da minha vida e não conseguir", expressou. "A ideia era fazer top-5, mas depois fomos pensando no pódio. Com o passar dos dias fomos pensando mais alto", contou este minhoto, natural de Viana do Castelo, de 25 anos. "Queríamos ser discretos, ir como que camuflados, mas acabou por acontecer tudo ao contrário, fomos logo para a frente, mas tive as pernas certas e o corpo correspondeu", disse também.
Relativamente à explicação para este êxito surpreendente, Leitão falou em "trabalho árduo", passando ao que vai a seguir. "No futuro imediato, depois destes mundiais tenho o calendário de estrada para cumprir com a Caja Rural, num futuro mais avançado é focar-me na qualificação para os Jogos Olímpicos. A situação tem sido favorável, mas não podemos facilitar em nada. Depois da Maria [Martins] em Tóquio, queremos estar com ela em Paris", assumiu.
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