"Isto é desporto, não política. Somos apenas uma equipa de ciclismo"

“Este é um país pacífico e que adoro, tanto dos anos em que corri cá como quando venho de férias”, diz Rubén Plaza a O JOGO, de sorriso aberto. O diretor desportivo da Israel Premier Tech Academy, com um currículo que inclui etapas no Tour e na Vuelta, correu pelo Benfica em 2008 e pela Liberty Seguros em 2009, sendo em ambos os anos terceiro na Volta a Portugal, sempre com triunfos de etapa. Apaixonado pelo nosso país, desvaloriza tanto as polémicas que rodeiam as equipas israelitas nas competições internacionais como a presença de uma polícia especial, que acompanhou os seus jovens no primeiro dia.

Criada em 2014, equipa israelita tem o português Daniel Lima na sua formação, voltou a Portugal mais ambiciosa e não espera problemas, apesar de ter recebido reforço policial.

“Não podemos fazer nada. Essas são decisões dos governos, não nossas”, referiu sobre o reforço policial, lembrando o essencial: “Isto é desporto, não política, e sempre separamos as duas questões. Somos apenas uma equipa de ciclismo”, disse, admitindo que a sua formação “não pode fazer nada” quando surgem protestos. Algo que não espera por cá. “Este é um bom país, quase o meu segundo país”, remata.

Criada em 2014, a formação de Israel chegou ao World Tour em 2020, precisamente quando Plaza terminou a carreira. “Entrei como treinador no ano seguinte. Temos formado bons ciclistas”, diz sobre a Academy que dirige e que pode brilhar na Volta. “Temos o Brad [Gilmore] para as etapas e o Pau [Martí] para a geral. São duas boas opções e para o ano estarão no World Tour”, revela, abrindo de vez o sorriso quando recorda os anos de corredor. “Estive no Benfica e depois fechou, passei para a Liberty e também fechou. Mas para mim foram dois bons anos, com resultados. E grandes colegas. Recordo o Azevedo, o Cândido Barbosa, agora presidente da federação, e tínhamos o Rui Costa, que era um miúdo… Tenho reencontrado muitos desses companheiros por cá”, contou, nostálgico.