Clube de Albufeira tem equipas na Liga Betclic Masculina, na Liga Betclic Feminina e na Proliga, feito só igualado pelo Benfica
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Desde que a equipa sub-23 se sagrou campeã nacional da I Divisão masculina (terceiro escalão), em 2022/23, o Imortal transformou-se numa raridade do basquetebol português, ao conseguir criar formações capazes de lutar nos três principais campeonatos. A formação principal vai na quinta época seguida na Liga Betclic Masculina, estando a equipa B a discutir este ano os lugares cimeiros da Zona Sul da Proliga, na qual é terceira, mas com menos dois jogos do que o líder, CAB Madeira; já a equipa feminina joga pelo terceiro ano na Liga Betclic Feminina, ocupando a sexta posição. Só o Benfica apresenta a mesma particularidade de estar nos três campeonatos.
“Tem sido um trabalho árduo, já com alguns anos. Sempre houve uma preocupação muito grande com a formação”, confirma o presidente do clube, Jorge Guerreiro, a O JOGO.
Se os “B” têm jogadores entre 16 e 23 anos, no plantel principal existe um veterano, Fábio Lima, com 36 anos, e o segundo português mais velho é Miguel Bastos, de 25. Até os norte-americanos são jovens - Behrend tem 28 anos, Javian Davis 25 e os restantes são mais novos - e os restantes jogadores nacionais são oito sub-23, que se dividem entre campeonatos, tal como o treinador Bernardo Pires.
“Num jogo dos sub-23 do Imortal é gratificante ver os miúdos a baterem-se contra outras equipas que têm americanos. Além disso, alimentam os seniores do Imortal. É motivante para os jovens ver que podem chegar a uma equipa de sub-23 e, a seguir, a uma equipa principal. Queremos continuar com esta lógica”, defende o presidente, há nove anos no cargo e a cumprir o segundo mandato.
Esta temporada, o emblema de Albufeira contabiliza 260 atletas (sem contar com babybasket e minis), tendo representação em todos os escalões. “O babybasket ajuda a criar o bichinho nas crianças. Depois, há as visitas dos seniores às escolas, com demonstrações de jogadores”, enumera Jorge Guerreiro, realçando o envolvimento de pais e avós dos atletas e o propósito de “manter os jovens ocupados”. “Nem todos vão ser jogadores de basquetebol, mas enquanto estão na modalidade aprendem muitos princípios e a trabalhar em equipa”, refere.
“Equipa sénior masculina vai dar a volta”
Com um terceiro lugar na Liga, duas presenças na final da Taça de Portugal e outras tantas na discussão da Supertaça nos anos mais recentes, o Imortal atravessa um período mais delicado de resultados na equipa principal, que só deixou este sábado o último lugar da Liga Betclic Masculina, ao somar o segundo triunfo.
O presidente Jorge Guerreiro lembra o arranque difícil, devido à dificuldade em inscrever jogadores extracomunitários. “Fizemos os primeiros seis jogos da temporada apenas a jogar com dois americanos. Já temos a equipa toda e estou completamente confiante que vamos dar a volta e que ainda vamos fazer um grande campeonato”, manifesta, sabendo que, caso os sub-23 sejam campeões da Proliga, não podem subir ao escalão máximo, conforme estabelecem os regulamentos.
Salvador Victo é um exemplo
Volvidos três anos e dez meses de protagonizar uma estreia histórica na Liga - foi o mais novo de sempre, com apenas 15 anos -, o base Salvador Victo chegou aos 50 jogos pela equipa principal a 14 de dezembro do ano passado, frente ao CA Queluz, sendo homenageado pelo número redondo. “Muitos jovens viram o Salvador a jogar com 14 anos, agora veem-no quase titular da equipa principal... É um claro exemplo a seguir. Os jovens de Albufeira olham muito para ele, porque, de facto, é um fenómeno”, sublinha Guerreiro.
Receita a repetir no feminino
Ter jovens promissores a alimentar a equipa sénior, como já acontece no masculino, é um modelo que o Imortal quer replicar no feminino. “No ano passado tivemos algumas jogadoras lesionadas e ficámos com oito a nove atletas para treinar. Notámos a falta de camadas jovens para apoiar as seniores. Estamos a apostar nas camadas jovens, a puxar pelas equipas femininas de sub-14 e sub-16, porque tivemos essa dificuldade tremenda. Esperamos que daqui a dois ou três anos estejam com a mesma lógica dos seniores masculinos”, estabelece Guerreiro.
Protagonistas de uma grande surpresa 10.ª jornada (vitória sobre o Benfica, por 77-68), as comandadas de Adriano Cerdeira fecharam a primeira volta da Liga Betclic Feminina em sexto (6v/5d) e também estão nos quartos de final da Taça de Portugal.