Campeã olímpica de boxe nos Jogos Paris'2024 vai falhar torneio de Eindhoven após a World Boxing ter tornado obrigatórios testes de género para as atletas, nomeando a argelina diretamente no comunicado em que anunciou essa decisão
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Imane Khelif, campeã olímpica de boxe nos Jogos Paris’2024, vai falhar mesmo o torneio de Eindhoven após a World Boxing ter imposto testes de género para a participação de atletas nas suas competições, referindo que a argelina fica excluída da categoria feminina até realizá-los.
Dirk Renders, porta-voz da Eindhoven Box Cup, confirmou à agência AFP a ausência de Khelif do programa do torneio, que arranca esta sexta-feira, referindo que “a decisão da sua exclusão é da competência da World Boxing”.
A entidade internacional já pediu desculpa pela forma como comunicou esta obrigatoriedade de testes de género, assumindo que “não foi correto” nomear Khelif naquele comunicado.
Recorde-se que, a 30 de maio, a World Boxing informou que vai tornar obrigatórios os “testes de género” para a participação nas suas competições, indicando que a campeã olímpica Imane Khelif fica excluída da categoria feminina até realizá-los.
A lutadora argelina sagrou-se campeã olímpica da categoria -66 kg em Paris'2024, vencendo na final a chinesa Yang Liu, após ter estado no centro de uma polémica em torno do seu género.
Durante os Jogos Olímpicos, Khelif foi alvo de campanhas de desinformação, críticas e aquilo que denominou de bullying, depois de a Associação Internacional de Boxe, afastada do movimento olímpico, ter revelado ter testes, nunca divulgados, que comprovam que é um homem.
O Comité Olímpico Internacional (COI) defendeu a argelina, tentando encerrar a discussão sobre uma atleta que nasceu mulher e viveu a vida toda como mulher, inclusivamente competindo em Tóquio'2020.
Contudo, a World Boxing recuperou a polémica, alegando que a sua decisão de introduzir testes de género reflete a preocupação com a segurança e o bem-estar de todos os lutadores, “incluindo Imane Khelif”, e visa proteger “a saúde mental e física de todos os participantes”, na sequência de reações relativamente à participação da argelina na competição em Eindhoven.