Campeã olímpica de boxe nos Jogos de Paris esteve no centro de uma grande polémica sobre o seu género e revelou ter atravessado um trabalho psicológico para lidar com as críticas, isto depois de ter apresentado queixa por "cyberbullying’ agravado"
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A argelina Imane Khelif, que conquistou a medalha de ouro no boxe na categoria -66kg nos Jogos Olímpicos Paris’2024, ao mesmo tempo em que protagonizava uma polémica em torno do seu género, surgiu esta sexta-feira em destaque na capa da revista francesa M.
Nesse âmbito, a boxeadora, que apresentou queixa na justiça francesa por "cyberbullying’ agravado", revelou que, durante o torneio olímpico de Paris, trabalhou com um psicólogo para lidar com as críticas, que não a surpreenderam, já que diz sofrer “bullying” desde tenra idade.
“Sou vítima de bullying desde criança. Em criança, criticavam-me por ser demasiado musculada ou por andar como um rapaz. Este tipo de comentários sempre esteve presente na minha vida, de uma forma mais ou menos violenta. Fizemos sessões de relaxamento mental, utilizando uma máquina para relaxar o cérebro. Os psicólogos lembraram-me que eu tinha chegado aqui com um objetivo e que toda a gente ia tentar fazer com que eu me desviasse dele”, explicou.
Khelif, que já tinha competido na categoria feminina dos Jogos Olímpicos Tóquio’2020 sem qualquer controvérsia, deu que falar em Paris, assim como a taiwanesa Lin Yu-ting, campeã nos -57 kg, depois de terem sido banidas do Mundial de 2023 pela Associação Internacional de Boxe.
A entidade reguladora, excluída do olimpismo pelo COI, e na qual competiram desde sempre, nunca apresentou dados concretos para justificar a expulsão das atletas, alicerçada em supostos níveis elevados de testosterona.
Já o COI defendeu que ambas nasceram e viveram sempre como “mulheres”, apesar das críticas de figuras como o próximo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Elon Musk, J.K. Rowling ou da primeira-ministra italiana Giorgia Meloni.