Federação desmente notícia avançada pelo britânico The Times
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A Federação Internacional de Atletismo (IAAF) desmentiu formalmente que não irá considerar a velocista sul-africana Caster Semenya, campeã olímpica dos 800 metros, como um "homem biológico", como foi anunciado pelo jornal inglês The Times esta quarta-feira.
"A IAAF não classifica nenhuma atleta DSD (com Diferenças de Desenvolvimento Sexual, na sigla em inglês) como masculino. Pelo contrário, aceitamos o seu sexo oficial sem nenhuma pergunta e permitimos que possam participar nas nossas competições femininas", afirmou o organismo em comunicado.
"Contudo, se um nível elevado de testosterona masculina for detetado numa atleta DSD, com consequências no desenvolvimento ósseo, com o mesmo aumento da massa muscular e da potência dos homens, depois da puberdade, e que dá uma vantagem aos homens em relação às mulheres, então é necessário, para preservar a igualdade da competição feminina, pedir às atletas DSD para reduzirem a sua taxa de testosterona ao nível das mulheres antes de uma competição internacional", explica a IAAF.
A Federação Internacional de Atletismo adiou em cinco meses a entrada em vigor das suas novas regras sobre o hiperandrogenismo, o que provocou muita polémica.
Semenya, 27 anos, recorreu ao Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) na Suíça, em colaboração com a Federação Sul-Africana de Atletismo, para protestar contra as regras da IAAF.
A bicampeã olímpica (2012 e 2016) e tricampeã mundial (2009, 2011, 2017) dos 800 metros é a atleta mais famosa entre as que podem ser afetadas pelas novas regras.
Na próxima semana deverá sair a decisão do TAS sobre o caso.