Guarda-redes foi um dos elementos mais em destaque na vitória de quarta-feira sobre o Benfica, por 30-23, falando de um FC Porto que ainda pode dar mais e que quer voltar a ser campeão.
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Hugo Laurentino, um dos jogadores mais titulados do andebol português - nove campeonatos nacionais, duas Taças de Portugal, três Supertaças e uma Taça da Liga, além de ter sido duas vezes, em 2010/11 e 2011/12, o melhor guarda-redes do campeonato -, está a viver um grande momento de forma.
No jogo com o Benfica fez uma exibição extraordinária: aos dez minutos, o FC Porto vencia por 6-1 e o Hugo já tinha cinco defesas...
-É verdade, correu muito bem, eu só ajudei a equipa e a equipa ajudou-me a mim. Nós tínhamos a lição bem estudada, sabíamos, ou imaginávamos, o que o Benfica ia fazer e as coisas correram bem, conseguimos antecipá-las.
Mas não deixa de ser um pouco "anormal" tanta eficácia perante uma equipa com a qualidade do Benfica. Concorda?
- É um bocado [risos], mas dessas cinco defesas iniciais três foram aos seis metros, uma de sete metros e só uma de meia distância. De qualquer forma, de facto, foi ótimo.
O que sente um guarda-redes a cada defesa que faz e com a importância que elas têm?
-A cada defesa, a nossa confiança aumenta. Até se começa a arriscar mais e a ter sucesso mesmo nas defesas de maior risco.
Acredita que está num dos melhores momentos de forma da carreira?
-Isso não posso dizer, até porque só estou a jogar desde há cinco jogos, depois da lesão do Quintana. Além disso, já tivemos grandes momentos, como nas épocas dos títulos, em que fomos heptacampeões, lembro-me de jogos bem conseguidos que fiz. Contra o Benfica, foi só mais um jogo em que ajudei a equipa.
O FC Porto fez uma excelente exibição. Já estão no nível que pretendem?
-Não, esta equipa ainda tem muito para dar. É certo que estamos numa boa fase, mas não podemos adormecer. Temos de ter a noção de que não ganhámos nada e, infelizmente, só conquistámos três pontos. Temos de continuar o nosso trabalho para chegarmos a um nível cada vez mais elevado.
O FC Porto começou este campeonato de forma atípica, com um empate e duas derrotas, algo de que não há memória. Como foi lidar com isso?
-Mas eu lembro-me de um um início assim. No primeiro ano do professor Obradovic, vencemos o primeiro jogo, com o Sporting, e depois perdemos, na segunda e terceira jornadas, na Horta e em casa com o Xico. Apesar desse arranque, fomos campeões, foi no segundo ano do hepta.
Isso quer dizer que sempre acreditaram que podiam dar a volta à situação?
-Claro que sempre acreditámos que podíamos dar a volta por cima e estamos a prová-lo. O objetivo do FC Porto é ser campeão nacional, é vencer, e é para isso que toda a nossa estrutura, atletas, técnicos e dirigentes, trabalha - e trabalha muito bem. Estamos todos unidos em prol do mesmo objetivo, que é vencer.
De facto, o andebol tem sido uma modalidade bastante ganhadora do FC Porto...
-Mas não é só o andebol, é todo o clube. O FC Porto é um clube ganhador, é um clube que trabalha com um único propósito, que é vencer, e isso pode ser constatado em todas as modalidades e secções.
Esta época, o Hugo Laurentino assumiu o papel de capitão de equipa. Qual é a sensação?
-Antes de mais, é fácil ser capitão desta equipa, que é formada por excelentes pessoas. Depois, para mim é uma honra, eu que tive capitães como o Rui Rocha, o Manuel Arezes e o Ricardo Moreira, três grandes pessoas, três grandes jogadores e três grandes portistas. Foram capitães que passaram aos colegas o que é ser do FC Porto e os valores do clube.
Essa função toca agora ao Hugo Laurentino...
-Toca, sim, e espero ser capaz de passar aos mais novos a paixão pelo FC Porto.