Luís Querido, capitão do Óquei de Barcelos, falou sobre a conquista da Liga dos Campeões
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“Em criança, jogava hóquei sozinho no quarto, imaginava que ganhava a Liga dos Campeões e agora acabei de a ganhar. Tinha a sorte de ter um quarto grandinho, abria a porta do armário e, se a bola entrasse, era golo, se não entrasse, não era”, recordou Luís Querido, 34 anos, natural de Barcelos, que, em Matosinhos, ergueu o troféu da Liga dos Campeões de hóquei em patins pelo Óquei. “Se era com um guarda-chuva? Não, era um stick, os meus pais deixavam-me brincar à vontade, só a bola é que não era de verdade”, detalhou.“Eu tive a sorte de crescer a ver o Barcelos atingir patamares muito altos. Vi o meu pai [José Querido] perder a Liga dos Campeões pelo Óquei de Barcelos e era natural que sonhasse, tivesse em mente, um dia atingir este nível”, referiu. “Agora chegou a minha hora e estou extremamente feliz e muito orgulhoso daquilo que consegui para o Óquei Clube Barcelos, daquilo que consegui para a minha carreira e daquilo que nós, como equipa, conseguimos para o Barcelos, porque é um marco, se calhar o mais alto dos últimos anos”, anotou.
No momento em que recebeu o troféu, e se dirigiu para perto dos colegas, naquela espécie de dança até chegar junto deles, o que terá passado pela cabeça do capitão do conjunto minhoto, apelidado pelos adeptos de “o maior de Portugal”? “Ia a pensar que imaginei muitas vezes este momento”, respondeu. “Depois, as coisas nunca saem como nós imaginámos porque o entusiasmo, a emoção e o sentimento vêm ao de cima, mas imaginei muitas vezes este momento e ia a pensar nele”, completou. Filho de um treinador reconhecido, José Querido, que também esteve numa final da Champions, então a segunda do Óquei de Barcelos, perdida no prolongamento para o Barcelona, Luís contou que quase não fazia carreira na modalidade. “Não quero puxar a brasa à minha sardinha, mas tive de trabalhar muito e dediquei-me bastante ao hóquei em patins para atingir este patamar. Eu estive muito perto de deixar o hóquei, porque não era opção, isto com os meus 14 anos. Depois, um dia, as coisas mudaram. O meu pai também nunca o permitiu, obviamente. E hoje sou campeão da Europa. Acho que isto dava para um documentário na Netflix”, brincou ao lembrar as dificuldades da construção de uma carreira sustentada.
“Tenho uma família muito unida”
Ao lado do técnico Rui Neto, Luís Querido assumiu que este título era para o pai, mas dizendo-o de forma abrangente. “Tenho uma família muito unida. Como filho nunca me faltou nada. Desde que casei, como homem nunca me faltou nada. Por isso, dedico aos meus filhos, aos meus pais e às minhas irmãs. Não só a eles, mas, inevitavelmente, foram as primeiras pessoas que me vieram à cabeça quando o jogo acabou e percebi que era campeão europeu”, disse.