HISTÓRICO! Portugal vence Alemanha e está nas "meias" do Mundial de andebol
Portugal procura um lugar nas meias-finais do Campeonato do Mundo de andebol
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Recomeça a segunda parte, Portugal vence a Alemanha por 13-9 no último jogo dos quartos de final do Mundial. A Dinamarca espera o vencedor nas meias-finais. Kiko Costa, com 4 golos, é o melhor marcador português.
Na próxima sexta-feira, às 19h30, teremos Portugal frente à Dinamarca, em busca de mais história, sendo certo que a luta por uma medalha, nas finais de domingo, estará sempre garantida, seja ouro prata ou bronze. Parabéns aos Heróis do Mar!
Os portugueses choram na Arena Unity de Oslo, após uma vitória com grande sofrimento. Foi até ao último segundo, ao último tiro de Martim Costa, que abateu uma Alemanha poderosa e com Andreas Wolff eleito o homem do jogo.
Portugal está nas meias-finais do Mundial e sexta-feira vai defrontar a tricampeã Dinamarca, após o triunfo num jogo incrível. Dos melhores da história do andebol português!
Mertens empata da ponta. 30-30 e Martim faz o 31-30!
Portugal há cinco minutos sem marcar, mas ganha de novo a bola. Nota-se bem o cansaço, mas Iturriza faz o 30-29! Falta um minuto.
Wolff faz 20.ª defesa! Só por ele o jogo ainda não está resolvido. Alemanha ganha livre de sete metros e Zerbo, com o nono golo, empata a 29-29 e faltam 3'.
Martim Costa começou finalmente a acertar e fez a diferença no início do prolongamento. Recomeça o jogo.
Wolff defende mais um remate de Martim. 29-28 após os primeiros cinco minutos do prolongamento. Faltam mais cinco.
O jovem português faz o 29-27. Há livre de sete metros para a Alemanha e Zerbo reduz a 29-28.
28-27! Martim Costa recoloca Portugal na frente aos 63'.
Knorr faz o 26-27 em novo tiro de longe. Kiko Costa responde com o seu oitavo golo. 27-27.
Portugueses estão a ser verdadeiros heróis, resistindo face à ausência importante de Luís Frade, à exibição incrível de Andreas Wolff na baliza alemã e a algumas decisões polémicas da arbitragem.
Jogo fica empatado a 26-26 e vamos ter prolongamento. Dois períodos de 5 minutos cada.
Portela faz o 26-26! A Alemanha pára o jogo, para planear a última jogada.
Alemanha faz o 25-26 e falta um minuto. Kiko Costa exclui um alemão, mas faltou o livre de sete metros. Wolff defende de novo.
Uscins faz o 24-25 e Martim sofre de novo falta para sete metros. Faltou a exclusão. Kiko Costa empata a 25-25. 58'!
Alemanha faz o 23-24 em tiro de longe, mas Martim ganha um livre de sete metros. Portela atira, Wolff defende e Kiko Costa faz o 24-24 na recarga. 57'!
A Alemanha volta a ter os sete jogadores com o jogo empatado. Martim atira para defesa de Knorr, mas era falta. 56 minutos de jogo.
Knorr marca em livre que surpreende Capdeville. Mas Portela faz logo o 23-23 da ponta. 54' de jogo.
Alemanha pede time-out e o jogo está em momento decisivo. 22-22 a sete minutos do fim.
Mertens também excluído e Alemanha fica com menos dois, aos 52'31'. Portela faz o empare de sete metros! 22-22!
Nova defesa de Capdeville e Portugal procura o empate. Alemão agarra o pescoço de Martim Costa e sai dois minutos. Faltam 8' de jogo.
Capdeville defende um contra-ataque alemão e Iturriza atira para o 21-22, aos 52'.
Portela faz o 20-21 de sete metros, após falta sobre Martim Costa. Uscins atira para o 20-22 aos 50' e Wolff trava Kiko Costa, fazendo a 14.ª defesa!
Salvador reduz a 19-20 e entretanto a equipa volta a ficar completa. Knorr atira para o 19-21 aos 49'.
Zerbo faz o 18-20 em contra-ataque, após nova defesa do guardião alemão, a remate de Martim Costa. Os portugueses têm de recuperar a calma, perdida com as decisões dos árbitros.
Kiko Costa também de fora e Portugal com menos dois aos 47'. Zerbo faz o 18-19 a favor da Alemanha, de sete metros.
Portugal ataca agora com Ricardo Brandão e um remate de Rui Silva vai à cara de Wolff. O central português é excluído.
Iturriza falha o remate, mas Rêma defende a resposta alemã por duas vezes. É livre de sete metros a favor da Alemanha, que empata a 18-18 por Zerbo, aos 45'.
Wolff defende contra-ataque de Leonel Fernandes e Knorr atira de longe para o 18-17, aos 43'. Portugal pára o jogo.
17-16 por Golla. Nota-se a falta de Frade na defesa portuguesa, que voltou a ter Leonel Fernandes. E este faz o 18-16 aos 41'.
Golla, sem marcação, atira para o 17-15, mas Kiko consegue a exclusão de Knorr, que o agarrou. Jogo leva 40'.
Portugal superou bem os dois minutos com menos um. Diogo Rêma também brilha e faz a sétima defesa do jogo, mas Golla reduz a seguir em contra-ataque e Iturriza responde. 17-14 aos 39'.
Vitor Iturriza faz o 16-13 com uma bela rosca. E a Alemanha responde com... falta atacante.
Koster reduz a 15-13, aos 35'. Portugal tem de superar este momento.
Luís Frade agarra Uscins, que fica caído. Árbitros vão consultar o vídeo e mostram o cartão vermelho!
Iturriza atira para o 15-11, Golla, também pivô, responde com o 15-12. Há 33' de jogo.
Grande tiro de Kiko Costa para o 14-10, aos 32'. Koster, na resposta, faz o 14-11.
Portugal trocou os pontas, jogam agora Branquinho e Portela. Knorr fez depressa o 13-10
Ambas as equipas têm sido renovadas com êxito - a alemã, orientada pelo islandês Alfred Gislason, chegou ao Mundial como medalhada de prata olímpica -, tendo curiosamente dados físicos semelhantes: Portugal é ligeiramente mais velho (26,44 contra 26,33 anos), mais baixo (190,6 contra 191,9 centímetros de média) e leve (94,4 face a 94,5 kg). A nível de jogo, no entanto, há muitas diferenças.
“Têm muitos jogadores fortes na defesa, gostam muito de contacto físico. Teremos de ser inteligentes na forma de jogar, para evitar isso e procurar a recuperação no timing certo”, explicou Paulo Pereira, sabendo que na sua equipa “a motivação existe por natureza, é só encontrar o equilíbrio emocional que permita vencer sem precipitações”.
Da parte alemã, ontem percebeu-se o respeito na conferência de Imprensa, pelo que a análise mais incisiva chegou de Ole Rahmel, ponta-direita que está no Benfica há cinco anos. “Será equilibrado, a Alemanha não pode pensar só no seu potencial”, escreveu no “Handball-World”, dando aos compatriotas sugestões pouco comuns: “Têm uma autoconfiança transbordante, mas isso transforma-se no oposto quando não lhes corre bem. Aí atiram a culpa ao árbitro, ao jogador do lado ou ao treinador. Para conseguir isso, os alemães devem jogar duro. Martim Costa precisa de guarda dupla quando se dirige para a baliza, pois raramente passa bem a bola ao lado. Rui Silva encontra sempre o passe para o pivô”. Perante isto, Portugal já sabe o que esperar...
A Seleção Nacional está a jogar espantosamente melhor do que a medalhada de prata olímpica, Alemanha, que só fez nove golos em 30 minutos, resultado que é um enorme elogio à defesa portuguesa. O 13-9 só não é mais elevado porque na baliza dos alemães está Andreas Wolff a provar ser um dos melhores do mundo, levando 10 defesas.
Salvador rende Martim no ataque e dispara um míssil para o 13-9. Chega o intervalo!
Wolff leva dez defesas, Rêma também brilha, mas Portugal concede novo livre de sete metros. Zerbo faz o 11-9 aos 28'. Mas Kiko Costa responde logo com o 12-9.
Martim Costa falha um passe e recebe exclusão de dois minutos ao tentar recuperar na defesa. A Alemanha reduz a 11-8 dos sete metros, aos 26'.
Kiko Costa deslumbra ao furar entre a defesa e fazer o 11-7 em desequilíbrio, aos 24'. Alemanha desespera ante a defesa portuguesa e a prontidão de Rêma.
Luís Frade recupera de novo a bola na defesa e faz o 10-7 para a baliza deserta, aos 23'.
Wolff leva oito defesas e tem equilibrado o jogo. Michalczik excluído 2' por agarrar Kiko Costa, que logo a seguir faz o 8-6, aos 21'. Portugal acabou o jejum de seis minutos sem golos. E Frade faz logo a seguir o 9-6, para a baliza vazia.
Zerbe, em ataque rápido, faz o 7-6 aos 19'. A Alemanha está a defender melhor e os portugueses não marcam há cinco minutos.
Zerbo reduz a 7-4 em livre de sete metros e Knorr faz o 7-5 aos 18'. Os portugueses estão a defender muito bem e até poderiam estar a vencer por mais, não fosse Wolff na baliza alemã. Paulo Jorge Pereira pede desconto de tempo para recomendar calma aos jogadores.
Portugal faz o 6-2 aos 13', por Kiko Costa, mas a Alemanha reduz de imediato, por Knorr. A seleção nacional manteve a vantagem durante os 2' de exclusão de Vitor Iturriza. E Martim Costa faz o 7-3 aos 15'.
Uscins faz o segundo da Alemanha, mas Portugal joga com confiança e controla a partida. Wolff defende um sete metros de Areia, ganho por Portugal, e mantém o 5-2 aos 12 minutos.
Salvador Salvador faz o quarto de Portugal e António Areia dilata para 5-1, em novo livre de sete metros, quando se atingem os 10 minutos. A Alemanha pede um time-out.
Iturriza coloca Portugal a vencer 3-1 com dois golos, a Alemanha reduziu por Uscins. Os guarda-redes estão a ser figuras nos primeiros sete minutos.
António Areia abriu o marcador no final do primeiro minuto, em livre de sete metros.
Portugal começa com Diogo Rêma, Leonel Fernandes, Martim Costa, Rui Silva, Vitor Iturriza, Kiko Costa e António Areia
A Dinamarca, tricampeã mundial, chegou ao 40.º jogo seguido a vencer e passou às meias-finais do Campeonato do Mundo, que está a jogar agora em Oslo, Noruega, batendo o Brasil por 33-21. O próximo rival irá sair do Portugal-Alemanha que se jogará hoje, às 19h30, na mesma Unity Arena.
O Brasil, maior surpresa dos quartos de final, esteve sempre a perder, mas deu muita luta até ao intervalo, que atingiu com uma desvantagem de três golos (15-12). No segundo tempo os dinamarqueses impuseram a sua força e atingiram a vantagem máxima aos 31-18.
Com este resultado, a Dinamarca ficou à espera do vencedor do Portugal-Alemanha, para uma meia-final que se jogará esta sexta-feira, às 19h30, em Oslo (o Croácia-França será à mesma hora em Zagreb). Portugal espera estar lá, mas entretanto sabe que, se perder, terá pelo menos garantido o quinto lugar, a melhor posição na história da modalidade.
Foi a golear o Magdeburgo que Magnus Andersson começou a fazer história no FC Porto (2018), foi superando Rein-Neckar Lowen, Lemgo e Magdeburgo que o Benfica conquistou a Liga Europeia de 2022 e o Sporting leva três triunfos e uma derrota com o Fuchse Berlim no último ano. A Bundesliga é o campeonato mais forte do mundo, mas os portugueses não se dão mal com alemães.
“Queremos continuar a fazer história e passar às meias-finais. Ambicionamos isso e vamos ter o mesmo caráter, espírito de equipa e combatividade nestes quartos de final”, diz Pedro Portela, um dos raros que defrontaram a Alemanha do Europeu de 2020. Gustavo Capdeville, António Areia, Diogo Branquinho, Rui Silva, Luís Frade e Fábio Magalhães foram os restantes.
Manuel Spath, pivô alemão que em 2020/21 passou pelo FC Porto e agora joga no Estugarda, fez uma curiosa previsão antes do Mundial: “Os portugueses normalmente não correspondem às expectativas, mas agora, com a confiança dos rapazes do Sporting, podem ir longe”. “Chegarão às meias-finais, se tudo correr bem”, vaticinou, antes de saber que o rival seria... a Alemanha.
O Mundial de andebol é muito modesto nos prémios. O campeão receberá 100 mil dólares (96 mil euros), o finalista derrotado leva 57,5 mil euros e o terceiro 38 mil. Um contraste com os valores da Liga dos Campeões - o título europeu vale meio milhão de euros desde 2020 - e até com o que algumas seleções dão aos jogadores: a Alemanha, diz-se, oferece 30 mil a cada um pelo título.
Estrela do ataque luso fez revelações curiosas e admitiu ficar nervoso... antes dos jogos. Lateral-esquerdo leva 33 golos e 15 assistências no Mundial e contou à EHF como se transformou num jogador distinto: “Quando tinha dez anos defrontava miúdos de 14 ou 15. Tinha de ser bravo”.
Melhor marcador e lateral-esquerdo no Europeu do ano passado, Martim Costa leva 33 golos e 15 assistências neste Mundial, repartindo com o irmão Kiko (36 golos e 15 assistências) as responsabilidades no ataque português. Antes do jogo com a Alemanha, revelou à Federação Europeia de Andebol (EHF) o que distingue os famosos Costa.
“Não tenho medo de assumir as responsabilidades, nunca tive. Desligo a cabeça, não penso muito e dou o meu melhor. Prefiro ser o que atira e falha, em vez do que nunca tenta”, contou o filho mais velho de Ricardo Costa, que esta época, e aos 22 anos, já leva 62 golos na Champions. No Mundial, e tendo 52 remates, está com uma eficácia de 63%. “Não gosto de pensar muito. Não fico 30 segundos a pensar como marcar. Pego na bola e é quase instintivo. Se sinto, atiro; se não, faço o melhor passe possível”.
Martim diz que aprendeu muito com o pai, seu treinador no Sporting, mas que este “não coloca pressão”. “Só nos diz que o andebol deve ser divertido”, acrescenta, revelando que fica “nervoso antes dos jogos”. “Depois não penso mais nisso”, completa. O segredo do seu jogo distinto, e que o faz tão cobiçado, também não ficou esquecido. “Tive de aprender a ser bravo. Quando tinha dez anos, jogava com miúdos de 14 ou 15. Fisicamente não os podia bater, tive de ir por outro lado. Precisei de encontrar outras linhas de passe, de furar entre espaços apertados e sobretudo de ser bravo. Não podia ter medo deles”, contou, achando que pode “evoluir e ser melhor jogador dentro de cinco anos”.
Alfred Gislason, islandês de 65 anos que ganhou duas vezes a Champions e seis a Bundesliga com o Kiel, é selecionador alemão desde 2020 e tem a prata nos Jogos de Paris’24 como cartão de visita. No Mundial bateu Polónia, Suíça, Chéquia, Itália e Tunísia, perdendo com a Dinamarca (30-40), último jogo da estrela Juri Knorr, central que esteve de fora com gripe e voltará hoje. “É importante para nós, mas não está a 100% e não jogará os 60 minutos, talvez dez de cada vez”, disse. O lateral-direito Renars Uscins tem sido a maior estrela alemã, seguido dos laterais-esquerdos Julian Koster e Marko Grgic e dos guarda-redes David Spath e Andreas Wolff. “Portugal tem bons jogadores e causará problemas. Tem feito um torneio espetacular, com uma seleção equilibrada. As hipóteses são de 50/50”, sintetizou.
“Têm uma defesa muito dura no contacto. Teremos não de enfrentar o touro, mas de toureá-lo”, defendeu o selecionador nacional, Paulo Jorge Pereira, na antevisão do jogo de hoje dos quartos de final do Mundial de andebol (19h30, RTP2), frente à Alemanha. Portugal só venceu uma vez a seleção do país mais rico na modalidade e a figura de estilo encontrada pelo técnico nacional, embora possa não agradar aos defensores dos animais, é perfeita. Escapar ao impacto de uma defesa a quem Ole Rahmel, alemão do Benfica, sugeriu “provocar e trabalhar no limite do permitido e além” será o segredo para os Heróis do Mar fazerem ainda mais história.
Portugal, mesmo perdendo, já tem um lugar inédito garantido - se a Dinamarca passar hoje, será quinto -, mas o sonho dos jogadores sempre foi chegar às meias-finais, meta que também passou a ser a do selecionador. “É um objetivo claro para todos atingir as meias-finais, não temos dúvidas”, disse Paulo Pereira, pouco incomodado com o registo negativo frente à Alemanha: apenas um triunfo (21-19, no apuramento bem sucedido para o Mundial de 1997) e cinco derrotas nos jogos oficiais (a última por 27-29, na luta pelo quinto lugar do Europeu de 2020), três derrotas e um triunfo (32-30) nos amigáveis mais recentes. “Essa Alemanha já vai muito longe e nós também estamos muito diferentes”, recordou, em relação ao jogo de há cinco anos.
Após vitórias na terça-feira pelas margem mínima contra Egito (34-33) e Hungria (31-30), respetivamente. Esta quarta-feira, a segunda meia-final será definida pelos jogos Dinamarca-Brasil (a decorrer) e Portugal-Alemanha.
Heróis do Mar têm o quinto ou sexto lugares do Mundial garantidos, mas querem mais e lutam, a partir das 19h30, em Oslo, pelas meias-finais contra uma equipa que só bateram uma vez e que tentará ser agressiva.