Hamilton está no sexto lugar do Mundial F1, a 175 pontos do líder, e os seus resultados geram preocupação na Ferrari. Sete vezes campeão mundial, o inglês considerou-se um “piloto inútil” ao cabo do 14.º ano, pediu para “ser substituído” e o chefe da Scuderia concorda que “esteja frustrado”, mas não “desmotivado”.
Corpo do artigo
A reação de Lewis Hamilton ao ser o 12.º na grelha de partida para o Grande Prémio da Hungria, repetindo esse lugar na corrida, terá sido excessiva, mas reflete as dificuldades que o britânico enfrenta desde a chegada à Ferrari. Assinou a pole position e a vitória na corrida Sprint da China, na segunda prova do ano, e desde aí vem perdendo terreno, o que o levou a um desabafo inesperado no Hungaroring: “Sou o culpado disto. Sou um verdadeiro inútil. A equipa não tem problemas, o outro carro fez a pole e talvez isso revele que precisam de trocar de piloto”.
A Ferrari reagiu através do chefe da Scuderia, afirmando “compreender a frustração” de Hamilton durante o fim de semana. “Não preciso de motivá-lo”, observou Frédéric Vasseur, defendendo que “frustrado é diferente de desmotivado e, neste caso, é completamente diferente”. “Toda a gente sabe que o Lewis é superexigente, por ser sete vezes campeão do mundo. É exigente com a equipa, o carro, os engenheiros, os mecânicos e comigo, mas, acima de tudo, é muito exigente consigo próprio”, defendeu o francês.
Aos 40 anos, Hamilton disputou 370 corridas e ganhou 105, mas não o consegue há um ano (Bélgica, pela Mercedes) e ainda não subiu ao pódio pela Ferrari. Perante o seu desespero, até Toto Wolff, anterior patrão, lhe deu moral. “Ele é o GOAT, vai sê-lo sempre e tem uma missão inacabada na F1”, disse o diretor da Mercedes, referindo-se ao oitavo título mundial. Mais confortado, Hamilton entrou de férias com outro pensamento: “Levo daqui alguns ensinamentos”.