Portugal despediu-se da competição com três medalhas.
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O ouro de Patrícia Sampaio e a prata de Rochele Nunes fecharam este domingo a participação portuguesa no Grand Prix de judo, com sentimentos mistos das duas judocas, entre a alegria de uma e as lágrimas de outra.
Patrícia Sampaio, que no Complexo dos Desportos da Cidade de Almada venceu cinco combates, foi a primeira a disputar a final e tudo se conjugou para um sorriso largo da judoca de Tomar, depois de um ano de muita superação, com nova lesão e cirurgia.
Foi isso mesmo que a estudante de jornalismo lembrou no final, a cirurgia a ombro, após a lesão em abril nos Europeus de Sófia, com Sampaio a aparecer em dezembro como campeã nacional e agora a ser ouro em prova que abre o circuito internacional de 2023.
A judoca venceu na final de hoje a ucraniana Yelyzaveta Lytvynenko, por ippon, depois de já ter derrotado a espanhola Lúcia Perez Gomez, a croata Petrunjela Pavic, e as sul-coreanas Hyunji Yoon e Jeongyon Lee.
Na final com Lytvynenko, Sampaio garantiu o ouro a 21 segundos do final, num ataque ilegal da sua adversária, que lhe valeu um terceiro shido (castigo), depois de já ter sido castigada por falta de combatividade (aos 47 segundos e 02.44 minutos).
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Foi esse o grande pecado da ucraniana, que ficou tapada e proibida de errar até final, com o cronómetro a aproximar-se dos quatro minutos finais e sem que também a portuguesa, mais ativa, tivesse conseguido pontuar.
Um cenário que obrigou a ucraniana a atacar, já nos segundos finais, mas a sua ação que parecia, inicialmente, pontuar para waza-ari, foi ilegal, com a judoca a ter um movimento à perna da portuguesa, sendo castigada com um terceiro shido.
A medalha de ouro é o regresso aos pódios internacionais de Sampaio, considerada uma das grandes promessas da modalidade em Portugal e que se mantém na corrida à qualificação olímpica para Paris'2024, somando este domingo pontos importantes.
Um pouco depois foi a vez de Rochele Nunes discutir o título, também com grandes expectativas da judoca da categoria de +78 kg, embora pela frente tivesse a sul-coreana Hayun Kim, primeira cabeça de série deste peso e oitava do ranking mundial.
Rochele sentiu maiores dificuldades do que nos combates anteriores, em que venceu com uma imobilização, a brasileira Giovanna Santos, e a francesa Valentine Marchand e a cazaque Kamila Berlikash, ambas por castigos.
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Diante de Kim, Rochele Nunes foi castigada por alguma ingenuidade, num combate em que deixou escapar de entre os dedos - já no solo - a vantagem, e, talvez por isso, foram muitas as lágrimas da judoca no final.
De uma situação de vantagem de waza-ari, em que projetou parcialmente a sul-coreana, aos dois minutos, Rochele Nunes não teve capacidade de sair de cima e viu-se presa na rotação e teia da judoca asiática, que a imobilizou durante 20 segundos (osaekomi), marcando ippon.
Portugal despediu-se da competição com três medalhas, destacando-se ainda o quinto lugar de Catarina Costa (-48 kg) e os bons desempenhos de João Fernando (-81 kg) e Célio Dias (-100 kg), que chegaram aos três combates.