GP Douro Internacional volta à estrada: "Esta corrida tem tanto de bonita como de dura"
Terceira edição do Grande Prémio Douro Internacional cresceu em tudo e terá bonificações como uma das novidades. "Parabéns à organização pelo percurso. É duro, mas garante o espectáculo e tem subidas para todos os gostos", elogia António Carvalho, que parte com o número 1, mas não se inclui entre os favoritos.
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Entre hoje e domingo, e do Marco de Canaveses até Lamego, a terceira edição do Grande Prémio Douro Internacional vai ter cinco etapas, 746,8 quilómetros, 17 equipas e 110 corredores na estrada, tudo recordes a atestar a evolução de uma corrida que entrou direta para o lote das mais importantes em Portugal, até por ser uma organização da Global Media. Este ano, além do aumento das dificuldades, destacam-se duas novidades: a ausência do contrarrelógio individual e a introdução de bonificações, de 3, 2 e 1 segundos em cada meta volante, e de 10, 6 e 4 segundos nas metas finais. Perante isto, tornou-se impossível indicar um favorito à camisola amarela.
"É uma corrida bastante dura e com as bonificações ficará mais espectacular, porque haverá quem lute por elas durante as etapas", refere António Carvalho, da ABTF-Feirense, que foi segundo no ano passado mas alinhará com o dorsal número 1, devido à suspensão de José Neves, último vencedor. O desaparecimento da W52-FC Porto, juntamente com o calor extremo, marcou a edição do ano passado, enquanto a de 2021 foi a rampa de lançamento de Mauricio Moreira, o uruguaio que em dois anos e meio se transformou no corredor mais vitorioso do pelotão nacional. Moreira volta a ser candidato, mas a ausência do "crono" deixa-o em pé de igualdade com vários rivais.
"Esta corrida é, acima de tudo, feita numa zona muito bonita. Mas tem tanto de bonita como de dura. Há subidas para todos os gostos, das curtas e muito íngremes às longas e pouco inclinadas. Depois, é preciso confirmar se estará de novo muito calor. Há quem não conte com esse fator, que é muito importante. Se tivermos dias de 35 graus, isso irá influenciar a corrida", explica o experiente Carvalho, que finaliza a dar "os parabéns à organização, que apresenta um percurso com tudo para termos uma corrida bem disputada".
Glassdrive-Q8 domina a época
Vencendo o Grande Prémio O JOGO com Mauricio Moreira, o GP das Beiras com Artem Nych e o GP Abimota com Rafael Reis, a Glassdrive-Q8-Anicolor está a dominar mais uma época, já leva dez triunfos e alinha como favorita, apesar de equipas como Efapel ou RP-Boavista poderem ser fortes opositoras. "É das corridas mais importantes do calendário, dá bastante retorno aos patrocinadores e todas as equipas querem estar bem. Por isso, vamos fazer o melhor para ter um bom resultado", diz Rúben Pereira, diretor-desportivo da equipa de Águeda.
Percurso vai ter 65 zonas a subir
O 3.º GP Douro Internacional terá dez montanhas pontuáveis, com duas de primeira categoria, mas a realidade é... mais dura. No total, os 746,8 km terão 65 zonas a subir, a chegada de hoje, ao Marco de Canaveses, já é ligeiramente inclinada, a de amanhã sobe mesmo para Armamar (2,1 km a 4,9%), a de Alijó tem 3,9 km a 2,9% e em Lamego haverá 3,8 km a 7,4% (subida de Meijinhos) antes da descida para a meta.
António Carvalho ainda recupera de doença
"Não tenho aspirações à geral. Vou para desfrutar da corrida, descobrir as minhas sensações, ganhar ritmo e forma e, se puder, discutir uma etapa", diz António Carvalho, que embora seja o número 1 não assume esse estatuto. O líder da ABTF-Feirense teve uma pneumonia em fevereiro e desde então tem "recuperado sem preocupações, apontando tudo à Volta a Portugal".