Gales inicia defesa do título no Seis Nações com Irlanda e França "à perna"
Franceses e irlandeses, sem conquistar o troféu, respetivamente, desde 2010 e 2018, são apontados como os principais candidatos a roubar o centro dos homens da Grã Bretanha
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O País de Gales inicia, no próximo sábado, a defesa do título do torneio Seis Nações, com uma visita à Irlanda que está, juntamente com a França, entre os principais candidatos a destronar os galeses.
O entusiasmo em torno das duas nações, que têm confronto marcado logo na segunda jornada, em Paris, assenta bastante, em ambos os casos, numa campanha perfeita nos jogos da janela internacional de novembro de 2021, que incluiu mesmo triunfos sobre a Nova Zelândia.
Primeiro foram os irlandeses a derrotar os All Blacks, por 29-20, em Dublin, uma semana antes de os bleus levarem a melhor por 40-25, em Paris, mas o potencial favoritismo está a ser encarado de forma diferente nos dois lados da barricada.
Os irlandeses, que não erguem o troféu desde 2018, encaram de frente o objetivo e deram voz à ambição, através do defesa Hugo Keenan, ao admitir que "essa é a fasquia estabelecida" e que tudo está "a ser feito nesse sentido".
"Não ganhámos nada em novembro. Por isso, temos agora uma boa oportunidade, nas próximas semanas, de saborear algum metal. Obviamente, vamos focados jogo a jogo, mas temos esse objetivo como equipa e é algo que nos motiva", assumiu.
Já no lado da França, que não conquista o título desde 2010, o diretor de equipa, Raphaël Ibañez, procurou colocar "água na fervura", uma semana após a apresentação do torneio, na qual o capitão de Gales, Dan Biggar, assim como os selecionadores de Inglaterra e Escócia, Eddie Jones e Greg Tonwnsend, nem pestanejaram ao apontar a equipa de Fabien Galthié como favorita.
"Algumas pessoas querem rotular-nos como favoritos, mas quando ouvi isso pensei para mim que é apenas mais uma "jogada" dos britânicos. Há dois anos viam-nos como uma equipa de miúdos, sem experiência ao mais alto nível, agora definem-nos como reis do mundo. Não levamos isso a sério. Temos um olhar lúcido sobre as forças em confronto", refutou o antigo talonador.
A França ficou em segundo lugar nos últimos dois anos, mas a classificação dos anos anteriores diz pouco sobre o verdadeiro potencial das seleções no Seis Nações, com exceção da Itália, que deve voltar a não somar qualquer ponto e a levar a "colher de pau".
O País de Gales, que ergueu o troféu no ano passado, tinha sido quinto classificado em 2020, enquanto a Inglaterra, campeã nesse ano, terminou em quinto lugar em 2021.
Ambas as seleções têm, portanto, lugar na equação do título, mas a primeira jornada pode revelar bastante sobre a verdadeira forma dos rivais, pois o País de Gales visita a confiante e assumida candidata Irlanda, enquanto a Inglaterra viaja até à Escócia, onde, tradicionalmente, passa um mau bocado.
Os escoceses são, além da Itália, a única equipa que ainda não venceu o torneio desde que o antigo Cinco Nações acolheu os azzurri no seu calendário, mas uma vitória sobre os ingleses pode não só baralhar as contas como também embalar a atual geração de ouro sob o comando de Greg Townsend.
A Escócia tem sido o "parente pobre" mas está a consolidar os seus desempenhos e venceu três jogos do torneio em quatro das últimas cinco edições, um feito que só a Irlanda, consegue igualar.