Frederico Figueiredo, ciclista da Efapel: "É-me indiferente quem lidera a equipa da W52-FC Porto"
Frederico Figueiredo, vencedor do Troféu Agostinho, espera luta entre Efapel e a W52-FC Porto na Volta a Portugal'2021
Corpo do artigo
Frederico Figueiredo foi o segundo homem da história a conseguir ganhar duas vezes seguidas o Troféu Joaquim Agostinho, repetindo a façanha de Ricardo Mestre, em 2011 e 2012, pelo Tavira. "Foi um sentimento especial, é um feito importante ganhar esta corrida, ainda para mais a defender o título. O ano passado consegui lá a minha primeira vitória como profissional. Isso ficou marcado e espero que dê outro clique à carreira, principalmente estando perto da Volta a Portugal", afirma o trepador da Efapel.
"Tem existido uma rivalidade entre as equipas. Agora temos um bloco mais consistente e equivalente"
Figueiredo explicou a O JOGO a importância de conhecer bem a Serra do Socorro, que viria a conquistar na primeira etapa da prova. "Os dias são difíceis no Agostinho, porque as equipas estão bem fisicamente e a corrida é muito atacada. Só tenho a agradecer à equipa, num percurso complicado, de sobe e desce constante, e estou contente por lhe ter dado esta prenda", analisa sobre a corrida.
Frederico fraturou o escafóide na Volta ao Algarve, competição vencida por João Rodrigues, da W52-FC Porto, e esteve parado mais de duas semanas devido à cirurgia. Ainda assim, correspondeu no primeiro objetivo da época. Segue-se a Volta a Portugal, na qual foi terceiro em 2020.
Movistar confirmou a presença na corrida que se inicia a 4 de agosto, o que agrada ao trepador de Santa Maria da Feira, mas não altera o seu prognóstico. António Carvalho será o líder da da Efapel
A Efapel soma 12 vitórias, levou o Joaquim Agostinho, o Douro Internacional e a Volta ao Alentejo, estas duas com Mauricio Moreira, e mostra dotes para se bater com os dragões, que somam 11 conquistas. "Diz-se que há uma guerra entre as equipas e o certo é que tem existido rivalidade. Há dois blocos fortes. Temos utilizado um bloco mais jovem, mas vamos tendo mais experientes e já vencemos este ano com o Rafael Reis, o Luís Mendonça, o Mauricio...Tem sido muito bom. Temos um bloco mais consistente, estamos equivalentes à W52-FC Porto neste momento, porque antes talvez a Efapel tivesse o Jóni e o António Carvalho e agora temos muitos para ir em fugas com eles, sabendo que o Nuno Ribeiro joga com quatro ou cinco possíveis vencedores", analisa. Mas Figueiredo entrega a liderança da Volta a Portugal ao colega mais completo no contrarrelógio, António Carvalho: "Interessa-nos ganhar a corrida e é ele o líder. Vamos lutar com ele. O Toni sempre foi nesse registo, de andar mais escondido e aparecer no JN e Volta a Portugal e não vai andar longe disso. Será como nos últimos anos, vai estar bem."
Figueiredo elogia José Neves, seu maior rival em Torres Vedras, e diz que os portistas têm três homens para apostar na Volta
Frederico Figueiredo diz perentoriamente que a vitória no Troféu Joaquim Agostinho não tem menor mérito por ter sido contra José Neves, o campeão nacional. "Pela época que tem feito, é um ciclista muito difícil. Tem sido muito regular, tem estado num nível muito elevado", comenta, lembrando que Jóni Brandão ganhou nas Aldeias do Xisto e João Rodrigues a Volta ao Algarve: "É-me indiferente quem lidera a equipa da W52-FC Porto. Sabemos que Jóni Brandão, Amaro Antunes e João Rodrigues são candidatos". Rúben Pereira tem tarefa difícil pela frente e Frederico pôs-se na pele do diretor desportivo e garantiu que levaria André Cardoso, de regresso à modalidade, à Volta a Portugal.
"Movistar vai dar mais visibilidade"
"Acho que a presença da Movistar é muito boa para a corrida. Dá visibilidade à prova", opina Frederico Figueiredo, assinalando a satisfação por a Volta a Portugal ter a estrutura espanhola do World Tour, 19 anos depois da última presença. Quanto ao traçado, o trepador, que em 2020 aproveitou as dificuldades iniciais para ir ao pódio, está contente. "O percurso é mais duro do que o ano passado. O prólogo marcará diferenças e espero estar melhor e não perder 30 ou 40 segundos. Depois temos as subidas ao Larouco, a Santo Tirso, à Senhora da Graça e à Torre, todas elas podem fazer diferenças", considera, reiterando trabalhar para um colega: "O Carvalho é o líder assumido. Vou fazer o que puder para o ajudar a ganhar".