"Francisco Campos não teve anos estáveis, não teve um programa duradouro para as capacidades que tem"
Vidal Fitas diz a O JOGO que o sprinter viverá dois anos mais tranquilos na AP Hotels-Tavira-Farense, podendo mostrar os seus dotes. Um dos mais promissores velocistas do pelotão nacional tem a confiança no Algarve. É cedo, porém, para pedir vitórias na Volta a Portugal.
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A AP Hotels-Tavira-Farense venceu a Clássica da Primavera com uma das suas apostas para este ano. Nem as sete subidas ao monte São Félix, na Póvoa de Varzim, tiraram Francisco Campos, um homem rápido, da discussão. “É um ciclista leve, sem problemas neste tipo de percurso, para o qual tem características. Sabíamos disso quando o contratámos. Queremos que passe ainda melhor as dificuldades, mas isso será a médio prazo. O que fez foi mérito dos seus atributos”, analisou Vidal Fitas a O JOGO, admitindo que “ficou contente” quando viu a fuga de oito homens: “Foi inteligente, esperou pelo sprint. Estávamos confiantes por o termos naquele grupo.”
O plano para o velocista de 26 anos, natural de Penafiel, é dar-lhe “estabilidade”, daí o contrato até 2025. “Não houve muito tempo para o conhecer ainda, mas é um rapaz tranquilo. Não teve anos estáveis, não teve um programa duradouro para as capacidades que tem. Sempre teve épocas atribuladas, corria pouco na W52-FC Porto, depois saiu da Efapel. Tem confiança, mas falta-lhe consistência”, recordou o diretor-desportivo algarvio, baixando as expectativas para finais em pelotão compacto: “O João Matias, o Linarez e o Mesa são sprinters puros. O Campos é rápido, mas sobe melhor. Não podemos prometer ganhar etapas ao sprint na Volta a Portugal.”
Com tantas mudanças em Tavira, a vitória na Póvoa foi um bálsamo. “Temos um grupo competitivo, que precisa de ganhar. Dá confiança, torna o grupo mais coeso”, assinalou, salientando que acredita na evolução de Diogo Barbosa, Afonso Silva, Rúben Simão e Carlos Salgueiro em 2024. Para a Volta, o líder é Delio Fernández. “Com o percurso dele tem de se pensar num top-5, até num pódio. Perdeu no ano passado uma das maiores oportunidades de ganhar a Volta”, lembrou.