FIA emitiu comunicado, durante a pausa de verão, que pareceu ter revelado (e eliminado) o segredo dos campeões. A equipa nega-o
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Um comunicado da Federação Internacional do Automóvel (FIA) no último dia de julho, clarificando um ponto do regulamento técnico ao acrescentar-lhe que “é proibido qualquer sistema ou mecanismo capaz de produzir, de forma sistemática ou intencional, forças de travagem assimétricas num dos dois eixos”, fez disparar os alarmes na Fórmula 1. Aí estava o segredo da competitividade da Red Bull, entretanto perdida, à vista de todos. Desde então, tanto a equipa de Max Verstappen, que passou de sete vitórias e nove pódios em 12 corridas para apenas um segundo lugar nas últimas quatro, como a própria FIA negaram a relação, mas sem convencerem, até porque os lamentos do campeão mundial, que diz ter agora o “carro inguiável, com um enorme problema de equilíbrio”, encaixam de forma perfeita na história.
Nos bastidores diz-se que a Red Bull terá sido avisada - e retirado o sistema - ainda antes da pausa de verão, explicando-se a falta de uma penalização com o caráter vago do regulamento. Os travões assimétricos não são novidade na F1, mas existiram (e foram proibidos) nos McLaren de 1997 e 1998 utilizando dois pedais. O sistema atual, a confirmar-se, seria totalmente eletrónico, mas a FIA insistiu, por uma fonte que falou ao Motosport.com, “que nenhuma equipa o estava a utilizar” e que a mudança no regulamento - rara a meio da época - se prendia com o futuro.
“Não sei onde foram buscar isso, não o temos”, respondeu Max Verstappen a jornalistas neerlandeses que o interrogaram sobre o travão assimétrico, para depois sair de Monza com um sexto lugar e a pedir à Red Bull para “virar o carro ao contrário”, pois tornou-se “impossível de conduzir”. O tricampeão viu a sua vantagem para Lando Norris reduzir-se a 62 pontos quando faltam oito corridas, mas mais ameaçada está a Red Bull, que tem a McLaren a oito e a Ferrari a 39 no Mundial de Construtores. E as explicações do diretor da equipa, Christian Horner, para a quebra de competitividade, são vagas: “Com este andamento, temos os dois títulos sob pressão. Temos de mudar a situação muito depressa. Há uma desconexão no equilíbrio do carro que já existe há algum tempo”.